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'Fake news' no Brasil da psicografia 'fake'

(Autor: Professor Caviar)

A revista Veja, na edição lançada na última semana mas datada de 17 de janeiro próximo, tem como capa o problema das fake news, um fenômeno preocupante que anda se multiplicando não só nas redes sociais, mas também em várias páginas surgidas na Internet, como falsos portais de notícias: Diário do Poder, Jornalivre, Imprensa Viva, Pensa Brasil, Folha Política, Gazeta Social, Implicante, Jornal do País são alguns dos principais sites de fake news produzidos no Brasil.

As fake news são geralmente páginas de extrema-direita, com notícias falsas e tendenciosas, contendo forte carga opinativa e apelo sensacionalista, falsamente defendendo a pátria brasileira e contendo propostas abertamente golpistas.

Muitas dessas páginas são patrocinadas e recebem dinheiro por fora de empresas. Essas páginas causam muita empolgação nos reacionários das redes sociais, sobretudo os partidários do truculento Jair Bolsonaro, que muitas dessas páginas o glorificam através de notícias falsas montadas a favor dele, com falsas atribuições de moralidade, honestidade e coragem.

Essas páginas mostram o fenômeno da pós-verdade, um modismo que garantiu a vitória eleitoral do reacionário e estúpido Donald Trump e a vitória da saída da Grã-Bretanha da União Europeia, o "Brexit". A pós-verdade ocorre quando as convicções humanas e o wishful thinking exercem supremacia sobre a realidade, quando opiniões e crenças pessoais tentam se sobrepôr à realidade objetiva dos fatos.

CHICO XAVIER, O PIONEIRO DOS FAKES

Não é por acaso que o "médium" Francisco Cândido Xavier possui cadeira cativa nas redes sociais, reduto de profundo reacionarismo ideológico e onde o deturpado "espiritismo" brasileiro encontra mais apoio. Chico Xavier foi o pioneiro das "psicografias fake", já que sua alegada e tão festejada mediunidade sempre apresentou irregularidades de estilo e outros aspectos pessoais dos mortos alegados.

Nas supostas psicografias de famosos, ou de anônimos usados como "pensadores espíritas" - como Irma de Castro Rocha, a Meimei, e Jair Presente, para não dizer o fictício André Luiz - , Chico Xavier claramente apresentava, nas obras supostamente espirituais, falhas de estilo bastante grosseiras, mesmo quando se esforçava em apresentar semelhanças aos estilos originais dos mortos.

Humberto de Campos foi o caso mais ilustrativo, no qual o suposto espírito "apareceu" com estilo muito diferente do original, e com uma qualidade textual abertamente inferior. A série "Humberto de Campos / Irmão X" dos livros de Chico Xavier foi a primeira obra fake a fazer grande sucesso e a causar séria polêmica, culminando num processo judicial que, em se tratando do réu ter sido um ídolo religioso (tratado de forma equivalente ao das elites sociais privilegiadas), terminou em impunidade.

Com isso, o fenômeno Chico Xavier cresceu vertiginosamente e o pobre Humberto era rebaixado a  um crédito tendencioso e oportunista em obras fake tidas como "espirituais", com o intuito de promover sensacionalismo e garantir sucesso na comercialização de livros. Quem diria que a farsa dos fakes foi popularizada justamente por um ídolo religioso que, para muitos, é símbolo de "bondade" e "amor ao próximo"...

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