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Seguidores de "médiuns espíritas" desprezam resultado da caridade

(Autor: Professor Caviar)

Os seguidores dos "médiuns espíritas", em tese, adoram pobres. Nos eventos comemorativos das instituições "espíritas", todos veem com aparente encantamento, dotado de certo paternalismo, crianças pobres tomando sopa e recebendo brinquedos, velhos doentes sendo tratados com sopas e remédios, "médiuns espíritas" aparecendo ao lado de pessoas pobres e doentes num aparente acolhimento fraterno.

No entanto, isso tudo soa como um jogo de cena. Nas redes sociais, o que se observa é um profundo desprezo social pelos pobres. Há uma visão preconceituosa, sutilmente mascarada, que faz essas pessoas preferirem ver os pobres como domesticados, e o papel do pobre é se submeter ao domínio do ídolo religioso, afinal, existem supostos atos de "caridade" que podem significar, sim, processos de dominação, controle social e até de exploração. Rumores indicam, por exemplo, que na Cidade da Luz, a "casa" do "médium" José Medrado em Salvador, internos atuam como flanelinhas no estacionamento das proximidades.

O discurso que os fanáticos admiradores dos "médiuns espíritas", que chegam a se infiltrar em comunidades que questionam a deturpação espírita e até em algumas páginas de ateísmo - espertos, os "espíritas" costumam assediar religiosamente os ateus, fingindo apoio a estes para atrai-los e "eliminar" a descrença em Deus - , é cheio de sutilezas, mas por baixo dos panos se observa um profundo preconceito social e um grande desprezo à população pobre. Vejamos alguns argumentos.

1. "É claro que a caridade dos médiuns tem que ser limitada. Se os resultados não tem aquela profundidade, é porque não se pode dar mais aos necessitados senão eles abusam da bondade alheia".

É essa visão que produz os "bolsomitos" (seguidores de Jair Bolsonaro) da vida e fez, em 2016, as elites brasileiras, inclusive os "espíritas", pedirem o golpe político-jurídico contra a presidenta Dilma Rousseff, sob a desculpa do "combate à corrupção", o "fim da roubalheira e do assalto aos cofres públicos" e a "derrubada de tudo que está aí". 

Lembremos que, nessa época, também se falou nos "abusos" dos mais necessitados: empregadas domésticas trabalhando com carteira assinada, favelados cursando faculdade, pobres indo ao aeroporto, garis aconselhando cidadãos de elite a jogarem o lixo na lixeira, entre outros avanços sociais "incômodos" à "boa sociedade".

2. "Coisa linda, ver os pobres sorrindo, acolhidos pela religião. Triste é ver aqueles pobres marchando nas ruas por terra e passarela, causando engarrafamento, fazendo greve, perturbando a rotina do cidadão..."

A visão é "muito linda" e "moderada", mas revela um preconceito social dos mais perversos. Afinal, para certos setores da sociedade, os pobres não podem reivindicar direitos perdidos ou ameaçados, mas bancar os comportadinhos e infantilizados submissos a instituições religiosas, cumprindo seu papel de receber o que os outros lhes dão, se contentando com o básico.

3. "Só saber ler, escrever e trabalhar... Até que é bom demais!"

Essa visão foi dada por um seguidor de Divaldo Franco que se infiltrou numa página de ateísmo (deve estar buscando gente para fazer proselitismo). Só que essa visão é justamente a da Escola Sem Partido, projeto retrógrado que reduz a Educação a um processo inócuo de instrução de algumas tarefas, sem debater os problemas da realidade e criando cidadãos submissos e obedientes.

A visão é elitista e se baseia naquele pragmatismo vicioso que sociedades como as do Estado do Rio de Janeiro, onde isso é mais típico, defendem, que é aquela mania de se contentar com pouco, de se conformar com imperfeições e erros sob a desculpa de que "até que está bom demais".

Segundo certas anedotas, isso se compara ao freguês de um restaurante que, quando pede um prato do cardápio, se limita a dizer que quer apenas "feijão, arroz, alguma salada e alguma carne" pelo objetivo pragmático de matar a fome e sob a desculpa de que "até que está bom demais".

4. "Que importam os resultados! A caridade do médium vale pelo médium em si, que é símbolo do amor e dedicação ao próximo!"

É como na música de Oswaldo Montenegro, sobre o pescador que "amava mais a rede que o mar". Fala-se da caridade não pelos efeitos, mas pela marca do "médium", como se a grife se justificasse por si mesma, pouco importando as tarefas realizadas. Isso é um grande desrespeito aos necessitados, que mais parecem "vacas de presépio", servindo apenas para enfeitar o cenário de glorificação do "médium".

Em outras palavras, isso é um desrespeito aos necessitados porque eles ficam sempre em segundo plano, mesmo quando se dá alguma consideração ao que eles precisam. Mas eles sempre são colocados abaixo do "médium", porque a imagem deste sempre sobrepõe a dos mais necessitados, independente do resultado da suposta caridade ser expressivo ou não. A "caridade" acaba se medindo mais pelo prestígio religioso do "médium" do que o benefício que foi ou não realizado.

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