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Misturando alhos com bugalhos, uma mensagem piegas sobre o "espiritismo" brasileiro

(Autor: Professor Caviar)

Nas pesquisas sobre a deturpação do Espiritismo, encontramos uma mensagem de um ator menor, pouco conhecido fora do público "espírita" brasileiro, mas que traz um conteúdo que esse público considera "profundo", dentro de ideias piegas e confusas que fazem parte da tendência dúbia, que mistura os ensinamentos de Allan Kardec com igrejismo dos "médiuns" brasileiros, reduzindo a Doutrina Espírita num engodo, numa lavagem de porco da fé religiosa.

O texto mistura alhos com bugalhos e mistura lições erradas de atividade mediúnica, mostrando a tolice de uma "espírita" obsediada ter que ser carregada voando para sair de um cemitério. Uma ficção que se vende como "realidade", por causa das lições "profundas".

A mensagem deve ser lida com cuidado, para que o leitor não se sinta seduzido por apelos emotivos, que, sabemos, são traiçoeiros e isso se sabe desde a lenda do "canto de sereia" da Odisseia de Ulisses, no qual as "coisas lindas" podem se tornar armadilhas perigosas para levar as pessoas à perdição. E o deslumbramento da fé também é um tipo de perdição, no qual a pessoa perde a noção da realidade em nome da mística religiosa:

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Eu Sou Espírita

Por Luiz Gonzaga Pinheiro - Livro Histórias Deste e de Outro Mundo

De repente, uma das médiuns da reunião de desobsessão começou a pedir socorro, exclamando: 

- Eu sou espírita! Bezerra de Menezes, venha me salvar! Eu sou espírita! Tirem-me daqui! 

Acerquei-me dela e falei:

- Já escutamos seus apelos e vamos tirá-la daí. 

Ela (pois que era uma mulher) estava presa no cemitério e não conseguia sair de lá. Vamos sair por cima; voando, disse-lhe. E suspendi um pouco a cabeça da médium, inclinando-a para trás, dando a impressao à comunicante que ela havia sido retirada do local onde estava por uma força que a sugava para cima. 

- Saímos! Ponha os pés no chao para verificar que estamos seguros em terra! 

A mulher fez como eu dissera e exclamou aliviada: 

- Até que enfim alguém ouviu os meus apelos. 

- Como aconteceu isso? - indaguei. 

- Não sei! Eu pensei que por ser espírita teria direito a algo mais que as outras pessoas. Mas isso não aconteceu. O que André Luiz escreveu, que a gente vai para uma colônia onde tem escolas, parques, avenidas tudo fantasia, - respondeu. 

- Mas André Luiz também escreveu que existem regiões de purgação, e que nem todos podem ser agraciados com a cidadania de "Nosso Lar" ou com a companhia imediata dos amigos e familiares. Tudo depende do merecimento de cada um. 

- Ora, mas eu fui espírita! Assisti a inúmeras palestras, escutei muitas explanações evangélicas... 

- Mas você as colocou em prática? 

- Minha irmã, entrar no Espiritismo é fácil. Difícil é o Espiritismo entrar nas pessoas. Deus não está muito interessado em rótulos doutrinários, mas naquilo de bom que as pessoas fazem. Tomar conhecimento de alguns ensinamentos espíritas só aumenta a nossa responsabilidade frente à vida. 

- Leu a obra de Kardec? 

- Sim. 

  -Não consta em seus escritos que o espírita deve caracterizar-se pelo esforço que faz para renovar-se a cada dia? 

- Lembro bem disso. Estou envergonhada. Na verdade nunca fui às visitas feitas pelo centro, aos hansenianos. Nunca dei um único passe; pelo contrário, o recebia semanalmente, mesmo sem necessidade. Estudei pouco e reconheço que me acomodei frente às obrigações de cada dia. Quando despertei naquele cemitério, não tive forças para organizar o pensamento e orar. Apenas caí no desespero e gritei como uma criança assustada. Esqueci principalmente de um dos lemas do Espiritismo; o básico: "Fora da caridade não há salvação". 

- Mas agora você tem os frutos de uma lição prática; creio que não a esquecerá. 

- É verdade. Agradeço aos bons espíritos que me auxiliaram e espero poder recomeçar meus estudos espíritas desta vez com seriedade. 

- Desejo-lhe bom ânimo. 

- Obrigada. Até um dia. 

O diálogo foi uma lição para todo o grupo. Ficou bastante claro que não basta o rótulo, o cargo, a posse... 

Deus espalha o bem a cada dia. Muito natural portanto, que espere de seus filhos algo semelhante. 

... É! Não fazer o bem já é um mal, comentou um dos médiuns preocupado com o que ouvira. 

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