(Autor: Professor Caviar)
Mais um joguinho de palavras de Francisco Cândido Xavier, desta vez com uma frase ainda mais simplória, que, como se não bastasse estar desprovida de sabedoria, é uma frase ainda supérflua, que, se não tivesse sido dita, não teria feito qualquer diferença.
Vejamos: "É uma coisa horrorosa a gente saber que precisa mudar e continuar sendo o que é!".
Essa frase poderia ser dita até pelas letras mais rasteiras do pop comercial. Imagine em inglês: "The most terrible thing / We must to know / To need to change / And being the same". Qualquer Justin Bieber da vida escreveria uma banalidade dessas sem virar gênio algum.
E que contexto essa frase tem? Muito vago! A frase é crua, sujeita a mil interpretações, o que indica falta de clareza, sendo uma frase que parece simples mas é bastante truncada. A literatura espírita original já nos preveniu dos deturpadores que trazem ideias truncadas, mesmo aquelas travestidas de mensagens simples ou humildes. Isso porque o aparato de clareza acaba sendo muito falso, porque o sentido da frase não traz uma ideia clara do que ela seja, ainda que a ideia pareça bastante simples.
Chico Xavier era conservador em toda sua vida. Um católico ortodoxo que só diferia de Gustavo Corção por não adotar, aparentemente, um discurso agressivo ou rancoroso, além de praticar alegada paranormalidade. Portanto, era um sujeito que pregava a "mudança" só daqueles que não eram conservadores e que tinham que aderir ao conservadorismo social, cultural e religioso.
Quando, no entanto, se tratam de ideias conservadoras, elas simplesmente "não precisam mudar": o igrejismo religioso, o moralismo retrógrado, a "fraternidade" bovina que renega ou subestima a individualidade humana (que não deve ser confundida com individualismo), a devoção mística, a beatitude fanática da fé cega (tida como "raciocinada") etc.
Aí são coisas que "não precisam mudar", porque as pessoas estão de acordo com as perspectivas igrejeiras e conservadoras do "espiritismo" brasileiro. Diante disso, não há problema em virar escravo da mesmice, orando em silêncio, aguentando desgraças e consentindo com os privilégios abusivos dos afortunados da sorte.
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