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FEB queria transformar Chico Xavier no "Jesus" brasileiro

(Autor: Kardec McGuiver)

Poucos comentam, mas a FEB foi fundada por dissidentes católicos que acreditavam - notem o verbo: ACREDITAVAM - em reencarnação e na comunicação com os mortos. 

Isso explica a gororoba doutrinária em que o "Espiritismo" brasileiro se transformou, que levou ao rompimento total com todo o trabalho teórico lançado na França por Allan Kardec.

Por serem dissidentes católicos, as primeiras lideranças do "Espiritismo" brasileiro - incluindo o político Bezerra de Menezes - não compreendiam os fenômenos mediúnicos, tratando-os como especies de superpoder. 

Os portadores de tal faculdade sempre foram tratados como aberrações transformadas posteriormente em divindades vivas a servirem de totem para serem admiradas e consequentemente atrair pessoas para os "centros espíritas".

Era interessante para os fundadores da FEB que o "Espiritismo" brasileiro se tornasse uma caricatura de Catolicismo até mesmo para driblar a perseguição de autoridades que o confundiam com os cultos afro-brasileiros, vítimas de racismo e acusados de fazer apologia ao demônio.

Transformado em uma espécie de Catolicismo híbrido - que reconhece a autoridade do Papa e adotou a farsante Madre Teresa de Calcutá como "sacerdote espírita" - o "Espiritismo" brasileiro, autoafirmado como igreja cristã, achou necessário criar um "Jesus Cristo" para chamar de seu.

CHICO XAVIER ENTRA PARA BAGUNÇAR O CORETO

A oportunidade de criar o seu "Jesus Cristo" veio quando um beato, expulso de sua igreja, uma forma quase medieval de Catolicismo praticada na paróquia de Pedro Leopoldo, por causa de acusações de suposta paranormalidade, estava procurando uma nova igreja para rezar. Rezar era a meta de vida dele, que ficou muito magoado com a expulsão de sua igreja. 

O nome do beato era Francisco Cândido Xavier, imediatamente tratado como "Chico" na tentativa de torná-lo mais simpático. Como supostamente era paranormal, os católicos dissidentes da FEB logo o abraçaram de vez e como o rapaz sabia escrever e gostava de literatura, logo usaram isso para transformá-lo aos pouco em divindade viva, através da criação de um festival de lendas ao redor do beato. Estava criado o mito de Chico Xavier.

Muitas estórias foram se espalhando através de boatos contados através de fiéis na tentativa de transformar Xavier em um ser acima da humanidade, uma divindade viva. A meta da FEB era atribuir superpoderes e forjar um altruísmo sem limites para que a comparação com Jesus pudesse se tornar aceita. Na mitologia católica, Jesus era extremamente bondoso e tinha superpoderes.

Interessante. Um rapaz que só queria rezar seno convertido a tutor máximo da humanidade praticamente sem mover um dedo. Graças a sagacidade de uma das lideranças da FEB, Antônio Wantuil de Freitas, o "empresário artístico" da "celebridade" Chico Xavier.

Com o tempo a imagem de divindade viva foi se solidificando. Nem mesmo a entrevista no talk-show popularesco Pinga Fogo, em 1971, que poderia ter sido iconoclasta, conseguiu destruir o mito de Xavier, pois na época, graças à ditadura militar, era praticamente proibido raciocinar,fortalecendo a fé alienante que favorecia a aceitação sem questionamento dos maiores absurdos.

MITO DESMASCARADO PELA INTERNET

A destruição do mito e a revelação verdadeira sobre quem era de fato Chico Xavier, apesar de tentada em inúmeras oportunidades, só ocorreu de forma ampla a partir dos anos 2000 com os debates na internet iniciados por pesquisadores mais sensatos. 

Desde que o mito foi criado, vários intelectuais sempre tentavam fazer revelações verdadeiras sobre Chico Xavier, mas sem sucesso, pois a mídia, sobretudo a Rede Globo, preferiu proteger a mitologia que fazia o beto ser tratado como divindade viva. Algo que agradar muito aos admiradores do suposto médium.

Mas hoje, com a internet permitindo debates profundos, o mito de Xavier aos poucos vem sendo desmontado. Sua admiração cai a cada dia. A comemoração dos 15 anos de sua morte ocorreu em silêncio, sem grandes eventos. Não houve meios de fazer o "Jesus Cristo" brasileiro ressuscitar e muito menos reencarnar. 

Com a desmitificação, Xavier retornou a sua condição original: um mero beato que nunca quis ser líder de coisa nenhuma e muito menos melhorar a humanidade. Era apenas um católico fervoroso, de mentalidade conservadora e com um certo nível de fanatismo religioso, que tinha um único objetivo na vida: rezar.

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