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Seis falácias "espíritas"

(Autor: Professor Caviar)

Temos que tomar muito cuidado com certas falácias que potencialmente estão associadas ao "espiritismo" brasileiro, movidas pelo discurso do Ad Passiones, que é um tipo de falácia para o qual se lança mão de todo apelo emotivo para arrancar comoções e credulidades.

Elas parecem coisas lindas, mas são falácias muito perigosas, para as quais a coerência e o bom senso encontram armadilhas terríveis, diante de sentimentos aparentemente belos e falsamente positivos. São ideias típicas das paixões religiosas, e aqui mostramos seis falácias que o "espiritismo" pode lançar para legitimar a deturpação.

1. "O AMOR PODE TUDO" - Esta falácia bastante perigosa coloca o Amor acima de todas as coisas. Só que a incoerência dessa frase, que agrada tantas e tantas pessoas pela beleza das palavras, é que o Amor pode então permitir a desonestidade, a mentira e o engano. O amor pode estar presente em todo tipo de virtude, mas não está acima, porque senão qualquer dessas virtudes poderiam se anular em nome do Amor, o que é um contrassenso.

2. "QUE IMPORTA QUESTIONAR, SE TUDO É AMOR!" - Diante do exemplo de tantas obras supostamente mediúnicas que apresentam irregularidades graves quanto aos estilos pessoais dos mensageiros mortos a que são atribuídas tais mensagens, questionar é um dever. Não se pode legitimar uma mensagem porque ela "fala de amor", se ela se mostra desonesta mostrando, através do nome de um suposto autor, porque aí seria aprovar a desonestidade e falhar com a ética e a moral, autenticando uma mensagem fake só porque ela contém "palavras de amor".

3. "ESQUEÇAMOS AS DIFERENÇAS. SOMOS TODOS IRMÃOS!" - Isso é muito usado pelos deturpadores do Espiritismo para legitimar suas manobras. Os piores oportunistas são aqueles que adotam um discurso pretensamente conciliador, uma vez que eles precisam dominar seus discordantes através de uma retórica "fraternalista" onde, sob a desculpa do "esquecimento das diferenças", prevaleça sempre a abordagem dominante, a do deturpador, que com seu bom-mocismo finge compreender as discórdias dos outros e passam a elogiar as pessoas que contestam a deturpação. Tudo isso é feito para os deturpadores obterem vantagem, se passando por "tolerantes" e "pacientes" com a visão que não lhes é sua, mas visando sempre a prevalência de seus pontos de vista, na esperança dos deturpadores ficarem sempre com a palavra final.

4. "PRECISAMOS PENSAR COM O CORAÇÃO" - Que falácia tão fútil não se esperaria além dessa frase tão mesquinha, embora de forte apelo emotivo? Apelos como "ouvir o coração" e "pensar com o coração" servem para que todo apelo emotivo esteja acima até mesmo da lógica e do bom senso, e isso desvaloriza a função do cérebro, organismo que a Natureza reservou para o homem exercitar o dom do raciocínio. A falácia de "pensar com o coração" desqualifica esse dom e transforma a emoção num processo absoluto de abordagem fantasiosa da realidade, prejudicando a verdadeira compreensão de fatos, ideias e situações.

5. "EXISTEM COISAS QUE ESCAPAM DAS COMPREENSÕES DA RAZÃO" - É verdade o que essa frase diz, mas seu uso é frequentemente perigoso mediante os contextos em que se é utilizado. Só que normalmente não precisamos de uma frase assim, se realmente nosso nível de compreensão não está preparado para entender certos fenômenos, como a formação do Universo, por exemplo. Quem usa muito tal frase, no "espiritismo" brasileiro, são aqueles que não querem debater as incoerências de sua doutrina ou as irregularidades existentes em obras ditas "mediúnicas" que apresentam problemas na apresentação de aspectos pessoais dos autores mortos supostamente atribuídos. O uso leviano desta frase, em verdade, quer tão somente dizer: "Não temos o menor interesse em debater algum problema", sendo mais um ato de omissão do que de reconhecimento de alguma ignorância.

6. "O 'MÉDIUM' DETURPOU O ESPIRITISMO, MAS ELE SEMPRE PRATICOU BONDADE" - A falácia em questão faz com que a aberrante figura do "médium" brasileiro, dotado de culto à personalidade, estrelismo extremo e alvo da mais mórbida idolatria religiosa, que beira o fanatismo, seja legitimada de qualquer forma. A ideia é tentar atenuar a gravidade da deturpação que o "médium" fez, traindo os ensinamentos de Kardec, usando o Assistencialismo ou caridade paliativa (sob o falso nome de Assistência Social ou caridade transformadora) para manter sua alta reputação. Só que esse discurso revela uma ideia perniciosa, na qual o sentido da "caridade" se volta mais ao prestígio do "médium" do que aos benefícios dos necessitados, que a realidade mostra serem muito medíocres e inexpressivos.

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