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Não, 'Três Solteirões e um Bebê' não se sintonizou com o "espiritismo" brasileiro

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(Autor: Professor Caviar)

Não foi desta vez que os "espíritas" brasileiros festejaram a sintonia do filme Três Solteirões e um Bebê (Three Man and a Baby), de 1987, com a doutrina brasileira. Isso porque uma suposta aparição espiritual foi desmentida por uma declaração recente.

O rumor de que um fantasma de um menino havia surgido em uma cena, por trás de uma cortina, durou muitos anos como um mistério da paranormalidade. É verdade que o rumor representou um fenômeno sobrenatural apreciado em todo o mundo, mas, no Brasil, o mistério teve um caráter pitoresco: a atribuição de que o filme, dirigido pelo ator Leonard Nimoy (o Spock de Jornada nas Estrelas), estaria sintonizado com as crenças "espiritualistas" de caráter milagroso típicos de um "espiritismo" igrejeiro feito no Brasil.

A revelação recente desfez o mito. A atriz Margaret Colin, que ultimamente participou em seriados como Gossip Girl, Gotham, Law & Order, Veep e, mais recentemente, em Shades of Blue, fez parte do elenco do filme dos anos 1980 e afirmou que o "espectro" era, na verdade, um pôster de papelão com uma foto de um dos atores do longa, Ted Danson, presente na mesma cena. O personagem dele, Jack, mostrava o bebê Mary, que adotou com dois amigos, à sua mãe (interpretada por Celeste Holm), e passeavam pela casa quando de repente apareceu a imagem misteriosa.

Realmente a imagem tem a aparência de um pôster, parecendo um tanto grotesca para se atribuir ao espectro de um menino. E se o mundo acreditava numa amostra de um fenômeno paranormal, os brasileiros acreditavam na ilusão de que o filme estaria sintonizado com o "espiritismo" igrejeiro que só mesmo o Brasil e alguns pequenos redutos no exterior acreditam e que, pasmem, atribuem até ao próprio Allan Kardec, por meio daquelas traduções catolicizadas das editoras da FEB e IDE.

Ainda é preciso muito estudo para se saber sobre fenômenos paranormais. Isso o "espiritismo" no Brasil não faz, preso a conceitos moralistas e místicos mais próximos do Catolicismo medieval. De raiz roustanguista, o "espiritismo" brasileiro nunca apreciou para valer a Ciência Espírita, e ainda lançava mão da mediunidade fake de mensagens "espirituais" bastante irregulares, que se aproximavam mais da linha de pensamento do respectivo "médium" do que da natureza pessoal do autor falecido alegado.

Sinceramente, não foi desta vez que Hollywood se sintonizou com Francisco Cândido Xavier. A esperança de ver Chico Xavier com uma estrela na calçada da fama não passou de uma fantasia delirante de uma parcela de seus fanáticos seguidores.

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