Pular para o conteúdo principal

"Caridade espírita" foi mero Assistencialismo

(Autor: Rodrigo Maciel, via e-mail)

O Espiritismo brasileiro não ajuda nada. Quando a gente critica a deturpação que se faz no Brasil em relação ao legado de Allan Kardec, criando não uma Doutrina Espírita brasileira, mas um sub-Catolicismo de moldes medievais, os adeptos desta doutrina igrejeira vão logo para a mesma ladainha: "Tá, eles deturpam, igrejificam demais, mas pelo menos eles valem pela bondade".

Falam muito em caridade e, delirantemente, dizem que os tais "médiuns espíritas", embora "vaticanizassem" o legado kardeciano, pelo menos "ajudaram muita gente" com sua "caridade transformadora e revolucionária".

Que "caridade transformadora e revolucionária" que a gente não vê nunca? Por acaso, cidades como Uberaba, Pedro Leopoldo e Abadiânia atingiram altos índices de qualidade de vida? Por acaso o Brasil atingiu um padrão de desenvolvimento social aprofundado que o fizesse equiparar com os países da Escandinávia? A gente não vê nada disso e não adianta inocentar os "médiuns".

Afinal, eles se impõem como se fossem "importantes líderes espíritas" e "filantropos da mais alta dedicação". Só que eles não fazem quase nada. Fazem muito pouco, investem pouco numa caridade que só ajuda meia-dúzia de pessoas. E ficam comemorando demais pelo quase nada que fizeram.

Em compensação, eles viajam o mundo inteiro, realizam turnês, aparecem ao lado de celebridades e autoridades, como se eles fossem as pessoas mais importantes do planeta. Com que dinheiro eles usam para viajar com tanta facilidade ao redor do mundo, coisa que nem o Phileas Fogg da famosa obra de Júlio Verne teria condições de fazer com tanta comodidade, é algo que não dá para entender.

Deveria dar nojo ver "médiuns" aparecendo em colunas sociais, recebendo medalhas, condecorações, acumulando prêmios na Terra. Mas as pessoas aceitam tudo. Enquanto isso, a pobreza não se resolve de maneira definitiva e ampla e nossas populações carentes só vivem às custas de poucos donativos, roupas velhas, não raro em péssimo estado, ou são beneficiadas pela pedagogia medíocre em que o proselitismo religioso e o conservadorismo moralista são mais importantes do que um aprendizado realmente amplo, questionador e preparador para a vida.

A "caridade espírita" que muitos defensores dessa doutrina pseudo-kardeciana tanto alegam para legitimar os deturpadores não é mais do que Assistencialismo, que é aquela caridade que pouco se dedica a combater as desigualdades sociais. É apenas uma "caridade" que alivia a dor, mas não cura a doença, não deixando os necessitados menos pobres, apenas fazendo eles ficarem provisoriamente saciados em suas necessidades vitais.

O Assistencialismo nesse pretenso Espiritismo brasileiro é só uma desculpa para fazer forçar o apoio ao seu conteúdo igrejeiro e promover a imagem pessoal dos "médiuns", santificados demais por uma filantropia inexpressiva, cujos efeitos medíocres se vê através dos fatos. É um Assistencialismo que continua a ser festejado nas ditas casas espíritas mesmo depois que os donativos se esgotam nas mãos dos pobres que apenas veem um arremedo de bonança por poucas semanas ou poucos meses, para depois voltarem à pobreza extrema de antes.

Já vi espíritas fazendo carreata só para divulgar uma medíocre doação de uns poucos mantimentos. Ou vans que apenas oferecem sopas e banho para moradores de rua. Tudo para promover os tais "médiuns", as tais casas espíritas, sem enfrentar de forma definitiva e firme as injustiças sociais.

Os brasileiros deveriam deixar de confundir aliviar a dor com curar uma doença. Acaba santificando espertalhões da fé que se aproveitam da credulidade alheia para lhes fazer reféns das paixões da religião, que corrompem as mentes que deixam de perceber o mundo de maneira correta, apegados à emotividade cega que as leva à idolatria fanática aos "médiuns" dissimuladores e deturpadores de Allan Kardec, um nome muito bajulado, mas praticamente subvalorizado no Brasil.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Publio Lentulus nunca existiu: é invenção de "Emmanuel" da Nóbrega! - Parte 3

OBS de Profeta Gandalf: Este estudo mostra que o personagem Publio Lentulus, utilizado pelo obsessor de Chico Xavier, Emmanuel, para tentar dizer que "esteve com Jesus", é um personagem fictício, de uma obra fictícia, mas com intenções reais de tentar estragar a doutrina espírita, difundindo muita mentira e travando a evolução espiritual. Testemunhos Lentulianos Por José Carlos Ferreira Fernandes - Blog Obras Psicografadas Considerações de Pesquisadores Espíritas acerca da Historicidade de Públio Lêntulo (1944) :   Em agosto de 1944, o periódico carioca “Jornal da Noite” publicou reportagens investigativas acerca da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.   Nas suas edições de 09 e de 11 de agosto de 1944, encontram-se contra-argumentações espíritas defendendo tal mediunidade, inclusive em resposta a uma reportagem anterior (negando-a, e baseando seus argumentos, principalmente, na inexistência de “Públio Lêntulo”, uma das encarnações pretéritas do

Provas de que Chico Xavier NÃO foi enganado por Otília Diogo

 (Autor: Professor Caviar) Diante do caso do prefeito de São Paulo, João Dória Jr., que divulgou uma farsa alimentícia durante o evento Você e a Paz, encontro comandado por Divaldo Franco, o "médium" baiano, beneficiado pela omissão da imprensa, tenta se redimir da responsabilidade de ter homenageado o político e deixado ele divulgar o produto vestindo a camiseta do referido evento. Isso lembra um caso em que um "médium" tentava se livrar da responsabilidade de seus piores atos, como se ser "médium espírita" permitisse o calote moral. Oficialmente, diz-se que o "médium" Francisco Cândido Xavier "havia sido enganado" pela farsante Otília Diogo. Isso é uma mentira descarada, sem pé nem cabeça. Essa constatação, para desespero dos "espíritas", não se baseia em mais um "manifesto de ódio" contra um "homem de bem", mas em fotos tiradas pelo próprio fotógrafo oficial, Nedyr Mendes da Rocha, solidário a

Um grave equívoco numa frase de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) Pretenso sábio, o "médium" Francisco Cândido Xavier é uma das figuras mais blindadas do "espiritismo" brasileiro a ponto de até seus críticos terem medo de questioná-lo de maneira mais enérgica e aprofundada. Ele foi dado a dizer frases de efeito a partir dos anos 1970, quando seu mito de pretenso filantropo ganhou uma abordagem menos confusa que a de seu antigo tutor institucional, o ex-presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas. Nessa nova abordagem, feita sob o respaldo da Rede Globo, Chico Xavier era trabalhado como ídolo religioso nos moldes que o jornalista católico inglês Malcolm Muggeridge havia feito no documentário Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God) , em relação a Madre Teresa de Calcutá. Para um público simplório que é o brasileiro, que anda com mania de pretensa "sabedoria de bolso", colecionando frases de diversas personalidades, umas admiráveis e outras nem tanto, sem que tivesse um