Pular para o conteúdo principal

"Espiritismo" e reforma trabalhista

(Autor: Demétrio Correia, via e-mail)

O "espiritismo" apoia o governo Michel Temer?

Oficialmente, não apoia nem repudia, adotando uma postura aparentemente "neutra" e "imparcial".

No entanto, também não resolveu apelar para o refrão "vamos orar pelos governantes para eles olharem para os mais necessitados".

Permaneceu em relativo silêncio.

Quando muito, atribuiu as passeatas anti-Dilma Rousseff como "despertar da regeneração humana".

Mesmo assim, deixou algumas pistas.

O periódico "Correio Espírita" chegou a dizer que a época de corrupção "está chegando ao fim".

Compartilhava do mesmo "otimismo" que se vê no próprio presidente Michel Temer.

O apoio do "espiritismo" ao governo Temer deve ser entendido subliminarmente.

Temer disse para as pessoas "não reclamarem da crise e trabalharem".

Emmanuel, o "mentor" de Francisco Cândido Xavier, disse a mesma coisa: "Não reclame, trabalhe e ore".

A reforma trabalhista segue os postulados não do Espiritismo francês do pedagogo Allan Kardec, mas do "espiritismo" igrejista de Chico Xavier.

Na reforma trabalhista, juntamente com a reforma previdenciária e a Lei de Terceirização, os brasileiros terão maiores infortúnios.

Trabalharão mais, com maiores chances de aumento da carga horária e adiamento da aposentadoria para mais tarde.

Ganharão menos salários, perderão encargos e não terão as proteções sociais necessárias, como a assistência à saúde, que será voltada à iniciativa privada, que cobra taxas.

Perderão direitos trabalhistas ao serem rebaixados a trabalhadores terceirizados, contratados por terceiros.

E isso quando não há a pejotização, em que o trabalhador se reduz a uma "empresa-fantasma" para evitar que os patrões cumpram certas obrigações trabalhistas.

São muitos infortúnios. E o que os "espíritas" dizem a respeito?

Eles acham isso ÓTIMO.

"Quanto pior, melhor", prega o "espiritismo" brasileiro, cada vez mais voltado à Teologia do Sofrimento, a "bandeira" trazida à doutrina brasileira por Chico Xavier.

Segundo os "espíritas", aos trabalhadores só restam a prece e a oração.

O jeito é rezar para que o salário reduzido possa pagar as contas que aumentam de forma crescente e rápida.

Os "espíritas" acham ótimo ver um pai de família com mulher e muitos filhos transformar R$ 937 em uma super-renda que deixe todas as contas em dia e garanta a cesta básica para um monte de gente.

Crianças trabalhando? "Que maravilhoso", afinal são espíritos de todo jeito e levando a coisa com "dignidade".

Os ricos estão mais ricos? "Que lindo", esses já foram humildes um dia, foram recompensados e ainda vão receber gente como Divaldo Franco em palestras em hotéis de luxo.

A carga horária está pesada, o trabalho desgastante, o horário nunca termina, numa jornada que termina só no alto da noite?

Basta apenas ter fé e aguentar qualquer parada. Se sofrer um acidente de trabalho, isso é "resgate moral" de uma suposta maldade em encarnação mais antiga.

E assim o sádico pensamento do "espiritismo" brasileiro traz, com sutileza, o apoio às reformas antipopulares de Michel Temer.

Um apoio que não é declarado, mas se confirma pela afinidade de ideias.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Publio Lentulus nunca existiu: é invenção de "Emmanuel" da Nóbrega! - Parte 3

OBS de Profeta Gandalf: Este estudo mostra que o personagem Publio Lentulus, utilizado pelo obsessor de Chico Xavier, Emmanuel, para tentar dizer que "esteve com Jesus", é um personagem fictício, de uma obra fictícia, mas com intenções reais de tentar estragar a doutrina espírita, difundindo muita mentira e travando a evolução espiritual. Testemunhos Lentulianos Por José Carlos Ferreira Fernandes - Blog Obras Psicografadas Considerações de Pesquisadores Espíritas acerca da Historicidade de Públio Lêntulo (1944) :   Em agosto de 1944, o periódico carioca “Jornal da Noite” publicou reportagens investigativas acerca da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.   Nas suas edições de 09 e de 11 de agosto de 1944, encontram-se contra-argumentações espíritas defendendo tal mediunidade, inclusive em resposta a uma reportagem anterior (negando-a, e baseando seus argumentos, principalmente, na inexistência de “Públio Lêntulo”, uma das encarnações pretéritas do

Provas de que Chico Xavier NÃO foi enganado por Otília Diogo

 (Autor: Professor Caviar) Diante do caso do prefeito de São Paulo, João Dória Jr., que divulgou uma farsa alimentícia durante o evento Você e a Paz, encontro comandado por Divaldo Franco, o "médium" baiano, beneficiado pela omissão da imprensa, tenta se redimir da responsabilidade de ter homenageado o político e deixado ele divulgar o produto vestindo a camiseta do referido evento. Isso lembra um caso em que um "médium" tentava se livrar da responsabilidade de seus piores atos, como se ser "médium espírita" permitisse o calote moral. Oficialmente, diz-se que o "médium" Francisco Cândido Xavier "havia sido enganado" pela farsante Otília Diogo. Isso é uma mentira descarada, sem pé nem cabeça. Essa constatação, para desespero dos "espíritas", não se baseia em mais um "manifesto de ódio" contra um "homem de bem", mas em fotos tiradas pelo próprio fotógrafo oficial, Nedyr Mendes da Rocha, solidário a

Um grave equívoco numa frase de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) Pretenso sábio, o "médium" Francisco Cândido Xavier é uma das figuras mais blindadas do "espiritismo" brasileiro a ponto de até seus críticos terem medo de questioná-lo de maneira mais enérgica e aprofundada. Ele foi dado a dizer frases de efeito a partir dos anos 1970, quando seu mito de pretenso filantropo ganhou uma abordagem menos confusa que a de seu antigo tutor institucional, o ex-presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas. Nessa nova abordagem, feita sob o respaldo da Rede Globo, Chico Xavier era trabalhado como ídolo religioso nos moldes que o jornalista católico inglês Malcolm Muggeridge havia feito no documentário Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God) , em relação a Madre Teresa de Calcutá. Para um público simplório que é o brasileiro, que anda com mania de pretensa "sabedoria de bolso", colecionando frases de diversas personalidades, umas admiráveis e outras nem tanto, sem que tivesse um