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O "espírita" se reduziu a um confeiteiro das palavras

(Autor: Professor Caviar)

O palestrante "espírita" se reduziu a um confeiteiro das palavras. A deturpação da Doutrina Espírita resiste, na forma hipócrita da "fase dúbia", através do habilidoso e persistente malabarismo das palavras, na qual se dá a falsa impressão de que se cumpre o respeito rigoroso ao legado de Allan Kardec, quando na prática ocorre extremamente o contrário.

O que vemos é um desfile de palavras bonitas, promessas de "paz e fraternidade", relatos bonitos, frases enfeitadas, textos que parecem sorrir em suas frases, ilustrações bonitas, crianças sorridentes, céu azul, paisagens floridas, pessoas adultas abrindo os braços para o céu.

O palestrante "espírita" é contraditório, no seu balé de palavras lindas. Num momento, o igrejismo derramado, piegas e beato. Num outro momento, bajulações baratas a Erasto, Allan Kardec, Jesus de Nazaré e a "surpreendente atualidade" de seus ensinamentos.

O povo leva gato por lebre. Se promete oferecer sabedoria e bons conselhos, o que se oferece é pregação religiosa barata e mistificadora. Um Ad Passiones (apelo à emoção, um tipo de falácia) que os brasileiros não se vacinaram contra e, por isso, são contagiados sem questionamento ou, então, só questionam os questionadores. "Que mal tem o amor?", perguntam, em um estado de quase transe.

Tudo virou uma coreografia de palavras bonitas, textos enfeitados, frases empoladas, expressões rebuscadas e ideias prolixas. Mas tudo é "simples e claro" porque nesta confusão de frases sem pé e nem cabeça brotam palavras soltas como "amor", "paz" e "fraternidade". Pronto, nem precisa ler e as pessoas se imbecilizam sendo 'sábias" na ignorância só por causa de algumas palavrinhas agradáveis.

A deturpação da Doutrina Espírita resiste porque os deturpadores é que, oficialmente, se apropriaram do legado de Allan Kardec e, portanto, são eles que "respeitam rigorosamente" os postulados da Codificação. Na verdade, essa mentira descarada usa um truque: traduções igrejistas dos livros kardecianos, como a de Salvador Gentile (IDE), usada nas cabeceiras dos "espíritas" de postura dúbia.

Isso é bastante perigoso. Um bombardeio de textos, palestras e vídeos, muitos deles até se contradizendo entre si, tamanho é o engodo dessa "doutrina espírita" oficialmente servida para os brasileiros. Tudo dentro do sabor de mel das palavras bonitas, que servem para prender as pessoas, evitar contestações e deixar os indivíduos devidamente anestesiados.

O Brasil deveria abrir mão disso porque os brasileiros estão se deixando dominar por todo tipo de armadilha. Agora temos projetos ameaçadores como a "uberização" da Educação, que fará com que o indivíduo se torne um autômato "consciente", dentro das relações sócio-profissionais do mercado tecnocrático e precarizado, uma espécie de opressão "suave" marcada por uma suposta "inteligência" e uma suposta "liberdade" que fazem o indivíduo ter a falsa impressão de que é socialmente integrado, intelectualmente ágil e profissionalmente dinâmico.

Por trás disso, muita opressão que o repertório de palavras agradáveis tenta esconder. As palavras podem ser traiçoeiras e é onde o sabor de mel das palavras se torna mais forte que se escondem ideias levianas, perigosas, ameaçadoras. Nos esquecemos da mancenilheira, a planta mais venenosa do mundo, cujos frutos são deliciosos e de sabor bem doce. O "espiritismo" e seu balé das palavras lindas mostra o quanto a mistificação e o moralismo retrógrado podem se apoiar pelo maravilhoso açúcar da linda retórica.

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