O "Espiritismo" brasileiro pode até não ter declarado oficialmente, mas assume algumas posturas típicas de um direitista: conservador, aliado ao poder político-econômico e um pouco negligente com o bem estar dos mais fracos, se limitando aquela caridade paliativa que se resume a medidas para compensar a miséria que nunca é eliminada.
Mas porque o "Espiritismo" brasileiro assumiu esta postura? Por incrível que pareça, isso tem a ver com o dogmatismo da versão deturpada praticada há mais de 100 anos no Brasil. Dogmatismo que nada tem a ver com a Doutrina Espírita original codificada por Allan Kardec, hoje reduzida a mero objeto de bajulação.
O direitismo brasileiro tem muito a ver com o pré-julgamento (???!!!) feito por "espíritas" que define de forma subjetiva e com base no olhômetro quem foi que na reencarnação anterior. Mesmo condenando o pré-julgamento, com base em pontos cristãos, "espíritas" não parar de fazer julgamentos precipitados, o que rendeu o famoso caso da pediatra mato-grossense que em nome da "doutrina" e da Teologia do Sofrimento, se recusou a atender uma jovem estuprada, alegando que a jovem deveria pagar pelo que supostamente fez em outra vida. Quem é a pediatra para fazer este tipo de afirmação?
Basicamente, "espíritas" acreditam num maniqueísmo (divisão subjetiva entre seres e coisas boas e más, de maneira estereotipada) que pobres são reencarnações de maus e ricos são as pessoas bondosas que voltaram a encarnar. Um pré-julgamento feiro de forma subjetiva com base em características superficiais, sem observar detalhes e contexto.
Não é difícil imaginar os transtornos gerados por este pré-julgamento com base em estereótipos, sem levar em conta que cada caso é um caso. Cada indivíduo tem seus motivos particulares que irão traçar como será a sua reencarnação.
Uma pergunta a fazer aos sábio "espíritas": s os ricos são reencarnação dos bons, porque fazem tantas maldades? Não repararam que em séculos de humanidade, os ricos continuam tão gananciosos do que nos tempos mais primitivos da humanidade, quando as pessoas mais ricas achavam que poderiam fazer o que quiserem com as outras pessoas? Regrediram? E vão continuar regredindo, repetindo sem cessar o ciclo pobre/bom que sofre, rico/mau que prospera?
Por acreditar neste maniqueísmo absurdo, provavelmente os "espíritas" se inclinaram ao direitismo político-econômico e ao conservadorismo social. Não por acaso, a maioria dos fiéis do "Espiritismo" brasileiro pertencem a uma elite de mente fechada e senso precário de altruísmo. E este senso precário lhes fecham os olhos e ouvidos para opiniões mais sensatas.
Isso é mais um sinal de que o "Espiritismo" brasileiro está cada vez mais longe do Espiritismo original, codificado por um educador socialista (de esquerda) que queria mudar o mundo educando a mente das pessoas. No Brasil, preferiram a fé cega do igrejismo confortável, que mantém as elites sossegadas, alegremente abraçadas aos seus velocinos de ouro.
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