(Autor: Professor Caviar)
Por que as pessoas não costumam questionar obras ditas "mediúnicas"? Medo? Saudade? Fé? Mistério? São tantas suposições que fica muito difícil observar o que leva realmente as pessoas a aceitar as obras "mediúnicas" como se fossem verdadeiras, ainda que apresentassem irregularidades não raro muito graves.
Pesquisando um pouco os sentimentos das pessoas das cidades e vendo também as fontes da imprensa reportando as reações dos famosos, sabe-se que há sentimentos peculiares, porém não lá muito positivos, que levam as pessoas a aceitarem as supostas obras "mediúnicas". Vamos enumerar alguns desses aspectos:
1) O medo de intervir em atividades que supostamente envolvem almas de pessoas falecidas;
2) A idolatria em relação ao "médium" em questão, há muito promovido a ídolo religioso;
3) O conteúdo "positivo" das mensagens ditas "espirituais", que aparentemente não trazem ofensas;
4) A fé religiosa associada a fenômenos tidos como sobrenaturais;
5) A atribuição de filantropia das obras "espirituais", sob o pretexto de garantir alimento e abrigo aos pobres;
6) O hábito precário e superficial de leitura de livros, no caso de poder analisar o conteúdo das obras "mediúnicas" literárias;
7) A pouca intimidade com os entes queridos mortos, no caso das mensagens "mediúnicas" de familiares falecidos;
8) A crença em milagres, ou seja, a prodígios e façanhas que ocorram à margem da lógica e da realidade objetiva;
9) A ingenuidade emocional diante de atividades religiosas, que causam deslumbramento e paixão;
10) A falta de discernimento que permite apreciar a deturpação da Doutrina Espírita como se fosse o próprio Espiritismo de Allan Kardec.
São motivos tristemente peculiares que fazem do Brasil um país marcado pela incompreensão, pela falta de discernimento das coisas, pela superficialidade da análise, pelas paixões religiosas e por tantas e tantas complacências.
É isso que permite o "deixa pra lá" das supostas mediunidades, pouco importando a que nível ou ponto os nomes dos falecidos são usurpados, chegando até a batizar escolas "espíritas" pelos vários cantos do Brasil.
É esse misto de incompreensões, falta de discernimento e paixões religiosas que faz com que o Brasil permaneça nessa situação de "complexo de vira-lata", sem esboçar um mínimo progresso que faça superar as longas debilidades que atingem tanto o povo brasileiro.
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