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Não se deturpa o Espiritismo sem querer com centenas de livros

(Autor: Professor Caviar)

Sobre a deturpação da Doutrina Espírita, costuma-se dizer que os festejados "médiuns" Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco fizeram isso "sem querer", porque, tendo origem católica, "não" conseguiram compreender a natureza diferenciada da Doutrina Espírita.

Esta tese, que muitos acreditam e que acham bastante agradável, no entanto não tem a menor coerência. Isso porque ninguém faz algo sem querer em tão longo tempo.

Há um ditado popular que diz: "errar é humano, persistir no erro é burrice". No caso de errar uma vez, observa-se, sim, em muitos casos, a boa-fé e a consciência de que agiu por ignorância e sem propósito, ou por desconhecimento de algo. A pessoa que erra aprende a lição e passa a deixar de fazer o erro.

Já quem persiste no erro comete estupidez - nota-se que, em inglês, "burrice" e "estupidez" são a mesma palavra, stupidity - e aí se nota que a pessoa que persiste no erro já não o faz por engano, ingenuidade ou boa-fé, havendo até um propósito para isso.

Chico Xavier e Divaldo Franco deturparam o Espiritismo em centenas de livros e palestras. Passaram muitas décadas fazendo deturpações, descaraterizando o legado de Allan Kardec, caindo em contradição o tempo inteiro, criando muita confusão com isso, usando como desculpa a tradição religiosa brasileira, só para fazer o que querem com a Doutrina Espírita, como se pudessem, se possível, rasgar os livros kardecianos, nos trechos que desagradam os brasileiros.

Os dois propagaram muitas mentiras e fantasias que foram previamente reprovadas por Kardec. Lançaram ideias mistificadoras contrárias à lógica e o bom senso, embora muito agradáveis sob o ponto de vista da fé. Lançaram conceitos que deixariam Kardec aflito, porque explicitamente as obras de Chico e Divaldo apresentam ideias contrárias à obra kardeciana, facilmente comprováveis numa leitura comparativa. Aconselha-se evitar traduções igrejistas (como as da FEB e IDE) e apenas considerar os livros traduzidos por José Herculano Pires e seus colaboradores (como Wallace Leal Rodrigues, que traduziu O Que é o Espiritismo?).

Isso é muito claro e não adianta fingir que os dois "médiuns" foram ingênuos, porque ninguém é ingênuo deturpando em centenas de livros durante longos e longos anos, ou fazendo palestras e depoimentos que repercutem entre milhares e milhares de pessoas. Ninguém espalha sem querer a erva daninha que irá debilitar as árvores de uma floresta inteira, matando-as. Ninguém faz um estrago longo e devastador por "acidente".

Por isso, Chico Xavier e Divaldo Franco sabiam muito bem do que estavam fazendo quando foram deturpar os postulados espíritas. Não foi algo cometido por acidente, boa-fé ou ingenuidade porque eles promoveram a deturpação durante décadas, com livros, palestras e outros meios e divulgaram isso para milhões de pessoas. Provocaram tantos estragos que espalharam a deturpação até na França, não bastasse os estragos que Jean-Baptiste Roustaing fez com os postulados kardecianos.

Ignorar isso é sucumbir à complacência fácil, uma das tentações que as paixões religiosas fazem nas pessoas, que preferem jogar a lógica e o bom senso no lixo, porque acham que a incoerência, o absurdo e a fantasia é que aproximam as pessoas do "Alto". Ser evoluído jogando no lixo a capacidade de raciocínio e questionamento é uma das atitudes mais deploráveis, e é isso a base do deturpado "espiritismo" brasileiro, que usa a desculpa do "amor" para enganar as pessoas.

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