(Autor: Kardec McGuiver)
Certas palavras, quando usadas em um contexto fora do original, não raramente mudam de sentido, às vezes convivendo com o antigo significado, às vezes eliminando-o. A palavra "médium" pelo jeito parece que perdeu o sentido original, pois se tornou o nome dado aos sacerdotes do "Espiritismo" brasileiro, que agem como sábios emissores das mensagens, reduzindo a sua função de intermediar as comunicações espirituais.
Quando a doutrina foi codificada, médiuns eram apenas indivíduos comuns que serviam de intermediários para comunicações espirituais, estas sim o que interessava para a pesquisa da codificação. Os médiuns não tinham muita importância e eram tratados como meros colaboradores de uma pesquisa, esquecidos após a conclusão de seus trabalhos.
No Brasil, onde o "Espiritismo" foi violentamente deturpado, os médiuns passaram a ser estrelas, os principais comunicantes. Desde o início se tornaram lideranças na doutrina transformada em seita igrejeira. Com Chico Xavier surge a figura do médium-divindade, com uma importância monstruosamente colossal, em que não raramente os espíritos se tornam os "capachos" do médium, este imediatamente convertido em liderança superpoderosa.
Nem sei se podemos mais chamar os "médiuns espíritas" de médiuns. Parece que teremos que encontrar um novo nome para as suas funções pois a de intermediário, eles não exercem mesmo!
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