Pular para o conteúdo principal

Lição de desapego: jogar fora os livros do pseudo-Humberto de Campos

(Por Rafael Felipe Menezes, via e-mail)

Muito engraçados os seguidores de Chico Xavier. Se acham livres de obsessão, mas quando seu ídolo "médium" é criticado, eles se comportam como obsediados, não aceitando qualquer questionamento que desqualifique Chico como "líder espírita". Da mesma forma, se dizem desapegados a tudo mas se apegam a seu ídolo de tal forma que preferem se dar mal na vida e garantir o entretenimento das tais "palavras de amor" das obras do suposto médium.

O apego é tanto que eles preferem aceitar fraudes literárias por causa das tais "palavras de amor". Acham que as "lições de vida" justificam qualquer fraude. Assim fica mais fácil tirar doce até de adulto, já que as confusas obras literárias trazidas por Chico Xavier, de claro conteúdo obscurantista, são tidas equivocadamente como "esclarecedoras" da parte de seus fanáticos seguidores.

Vejam o caso de Humberto de Campos. Eu pesquisei os livros originais do falecido escritor e depois fui ler as obras do dito espírito publicadas por Chico Xavier. A decepção foi enorme e fiquei até assustado com a disparidade grande entre as obras em vida e as supostas psicografias.

Nas obras em vida, Humberto tinha uma narrativa ágil, descontraída, um texto quase cinematográfico, dinâmico e eventualmente dotado de tiradas irreverentes e engraçadas. Parágrafos que podiam ser longos, mas não demais. Temáticas simples do cotidiano e situações hilárias que envolviam até autoridades políticas. E a linguagem é de uma gramática impecável, culta mas acessível.

Já na suposta obra espiritual, o estilo é bem diferente. E isso começa com o tom tristonho dos textos, além de uma narrativa que, pretensamente culta, é cheia de vícios de linguagem. E os textos são muito pesados, cansam muito a leitura, entediam de tão prolixos e chorosos, com parágrafos que, em certos casos, parecem nunca terminar.

Só mesmo a condescendência, com uma certa dose de estupidez, para aceitar esses livros "espirituais" como "autênticos". É preciso apelar para teses tão idiotas como "Humberto de Campos esqueceu seu estilo por conta da 'linguagem universal do amor'" ou "Humberto de Campos doou seu estilo para a caridade, escrevendo uma linguagem 'geral' e 'acessível' (sic) a todos". Teses sem pé nem cabeça que morrem diante das constatações firmes da realidade.

Não há como baixar a cabeça e aceitar a carteirada religiosa de Chico Xavier. Aquilo que ele lançou usando o nome de Humberto, ou tentando disfarçar com a alcunha Irmão X, é uma grande farsa, fossem as tais "lições de vida" que seus textos trouxessem. Se bem que tais "ensinamentos" são muito conservadores, de um moralismo retrógrado que surpreende ver muitos incautos definindo Chico como "progressista". Aquele cara defendia o "silêncio" como a "voz da sabedoria"! O que o AI-5 da ditadura militar perdeu em garoto-propaganda. Chico defendia abertamente aquele regime!

Muitas das passagens do falso Humberto lembram as frases que Chico Xavier dizia em suas entrevistas. O estilo do texto, de cada palavra, tudo era Chico Xavier e nada era Humberto de Campos. Há gente desconfiando que Chico escreveu o livro com a ajuda do então presidente da FEB, Wantuil de Freitas, e que tudo que levava a "assinatura espiritual" do suposto Humberto era, na verdade, obra desses dois patrícios.

Uma lição de desapego que deve ser feita é o leitor jogar fora os livros de Chico Xavier usando os nomes "Humberto de Campos" e "Irmão X". Rasguem os livros, joguem fora, não doem para que ninguém possa aproveitar essas fraudes literárias. O desapego está em não se deixar levar nas desculpas de "lições de vida", "palavras de amor" ou "mensagens consoladoras". Tais qualidades se obtém, de forma melhorada e honesta, por outras fontes e por outras pessoas.

Por outro lado, não abrir mão desses livros é que é um apego cruel, cego, teimoso, que não traz benefício nenhum para quem comete esse apego. Usar o deslumbramento religioso para aceitar fraudes sob a desculpa de que elas "não falam de coisas más". Podem não falar, mas são desonestas. O "Humberto" que está lá é falso, e a falsidade já está nas caraterísticas das obras. 

Não são as "mensagens positivas" que irão legitimar as fraudes e as pessoas cometem prejuízo quando usam a desculpa do "amor" para aceitar a fraude e os pastiches literários. O apego a Chico Xavier é uma das coisas mais aberrantes e perigosas que podem ocorrer na vida de alguém. É esse apego que fez muitos pais perderem filhos e muitos cidadãos conhecerem a ruína, por se renderem à sedução fácil e traiçoeira de um suposto médium que praticamente destruiu a Doutrina Espírita e personificou o "inimigo oculto" já alertado nos tempos de Allan Kardec.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Publio Lentulus nunca existiu: é invenção de "Emmanuel" da Nóbrega! - Parte 3

OBS de Profeta Gandalf: Este estudo mostra que o personagem Publio Lentulus, utilizado pelo obsessor de Chico Xavier, Emmanuel, para tentar dizer que "esteve com Jesus", é um personagem fictício, de uma obra fictícia, mas com intenções reais de tentar estragar a doutrina espírita, difundindo muita mentira e travando a evolução espiritual. Testemunhos Lentulianos Por José Carlos Ferreira Fernandes - Blog Obras Psicografadas Considerações de Pesquisadores Espíritas acerca da Historicidade de Públio Lêntulo (1944) :   Em agosto de 1944, o periódico carioca “Jornal da Noite” publicou reportagens investigativas acerca da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.   Nas suas edições de 09 e de 11 de agosto de 1944, encontram-se contra-argumentações espíritas defendendo tal mediunidade, inclusive em resposta a uma reportagem anterior (negando-a, e baseando seus argumentos, principalmente, na inexistência de “Públio Lêntulo”, uma das encarnações pretéritas do

Provas de que Chico Xavier NÃO foi enganado por Otília Diogo

 (Autor: Professor Caviar) Diante do caso do prefeito de São Paulo, João Dória Jr., que divulgou uma farsa alimentícia durante o evento Você e a Paz, encontro comandado por Divaldo Franco, o "médium" baiano, beneficiado pela omissão da imprensa, tenta se redimir da responsabilidade de ter homenageado o político e deixado ele divulgar o produto vestindo a camiseta do referido evento. Isso lembra um caso em que um "médium" tentava se livrar da responsabilidade de seus piores atos, como se ser "médium espírita" permitisse o calote moral. Oficialmente, diz-se que o "médium" Francisco Cândido Xavier "havia sido enganado" pela farsante Otília Diogo. Isso é uma mentira descarada, sem pé nem cabeça. Essa constatação, para desespero dos "espíritas", não se baseia em mais um "manifesto de ódio" contra um "homem de bem", mas em fotos tiradas pelo próprio fotógrafo oficial, Nedyr Mendes da Rocha, solidário a

Um grave equívoco numa frase de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) Pretenso sábio, o "médium" Francisco Cândido Xavier é uma das figuras mais blindadas do "espiritismo" brasileiro a ponto de até seus críticos terem medo de questioná-lo de maneira mais enérgica e aprofundada. Ele foi dado a dizer frases de efeito a partir dos anos 1970, quando seu mito de pretenso filantropo ganhou uma abordagem menos confusa que a de seu antigo tutor institucional, o ex-presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas. Nessa nova abordagem, feita sob o respaldo da Rede Globo, Chico Xavier era trabalhado como ídolo religioso nos moldes que o jornalista católico inglês Malcolm Muggeridge havia feito no documentário Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God) , em relação a Madre Teresa de Calcutá. Para um público simplório que é o brasileiro, que anda com mania de pretensa "sabedoria de bolso", colecionando frases de diversas personalidades, umas admiráveis e outras nem tanto, sem que tivesse um