(Autor: Professor Caviar)
Se a tese de "data-limite" trazida por um sonho banal de Francisco Cândido Xavier já era uma piada, os rumos que o Brasil se sujeita a sofrer simplesmente enterram, de forma definitiva, qualquer validade "profética" do que ocorrerá depois de 2019.
Isso porque o presidente Michel Temer anunciou várias medidas que irão simplesmente destruir o país, como a reforma trabalhista, a reforma previdenciária e a proposta de emenda constitucional PEC 241, que irá impor limites aos gastos públicos nos próximos 20 anos.
Juntando isso às privatizações que irão vender as riquezas brasileiras para empresas estrangeiras, o que se terá é um quadro devastador, que já pode ser notado também com as demissões de funcionários, servidores e gestores públicos ligados ao governo de Dilma Rousseff, em clara perseguição ideológica apesar de movida por desculpas "técnicas".
O que se observará é que, neste conjunto de medidas político-econômicas, as classes populares, que mal conseguiram conquistar relativos progressos históricos nos últimos 80 anos, podem simplesmente perder praticamente tudo, ficando apenas com as migalhas do "crescimento econômico" do governo Temer.
Isso em si criará um efeito devastador na sociedade brasileira. A Educação será entregue ao obscurantismo religioso e apolítico da Escola Sem Partido (na verdade, ligada a partidos reacionários como PSDB, PP, PRB e PSC), o que criará gerações de alunos retrógrados, com visão atrofiada do mundo e dotados de intolerância social e apegados a valores conservadores diversos.
Na Saúde, médicos da rede pública perderão salários e deixarão de trabalhar por falta de condições. Afinal, hospitais ficarão superlotados, equipamentos ficarão sucateados pela falta de manutenção e renovação, e os atendimentos se tornarão cada vez mais precários.
Na Assistência Social, os aposentados serão os mais prejudicados, porque, com o trabalho precarizado e os salários sofríveis, trabalhar mais tarde pode ser uma necessidade, mas os benefícios serão poucos e as energias, mais difíceis.
Mas isso é só o básico da tragédia que teremos. Com as privatizações, os programas de partilhas de recursos com o faturamento das empresas públicas, que enviariam parte do lucro para os investimentos em Educação e Saúde, acabarão com as privatizações, porque o dinheiro, em sua maioria, irá para as sedes de empresas estrangeiras representadas por filiais, subsidiárias ou sócias de consórcios privados mistos (brasileiros e estrangeiros).
O Brasil perderá muito dinheiro. Os ricos ficarão mais ricos e os pobres ainda mais pobres. Temer desmente isso, insiste em querer dar a sua visão oficial da coisa, a grande mídia também esnoba a tese de ameaça, mas o povo brasileiro é que sentirá no bolso o futuro que lhe reserva com a PEC 241, as reformas e as privatizações e concessões do atual governo.
Isso tudo já se reflete quando se vê mais moradores de ruas nas cidades. Acampamentos de miseráveis sem ter onde morarem, gente com filhos sofrendo miséria extrema. Aumento de assaltos até mesmo à luz do dia. Assassinatos cada vez mais impiedosos. As elites também estão vulneráveis, e terão que botar velocidade nos carros para entrar nas garagens sem serem assaltadas por algum bandido irritado.
Afinal, o Plano Temer, dito "ponte para o futuruo", será um amplo projeto de exclusão social. Com essa exclusão, as pessoas mais desesperadas irão para o crime. Atitudes violentas partirão de pessoas comuns estressadas. Reacionários também agirão com violência contra quem discordar deles, sobretudo se eles têm alguma relação, ainda que indireta, com o PT. E, com uma mídia retrógrada, com programas policialescos e jornalismo ultraconservador, a barbárie já começa na tela da TV.
Isso simplesmente sepulta, definitivamente, a ilusão dos "espíritas" de que o Brasil possa comandar algum processo de regeneração da humanidade. Afinal, a única coisa a regenerar são os privilégios e os abusos das elites diversas que assaltaram o poder.
Mas, também, o "espiritismo" nem se importa muito. São muitos os textos "espíritas" pedindo resignação com o sofrimento, que não dá para disfarçar o apoio dos "espíritas" a esse governo que se iniciou através de um golpe jurídico-parlamentar e midiático.
Chico Xavier, cujo mito renasceu pela máquina manipuladora da Rede Globo, apoiou abertamente a ditadura militar, na sua pior fase. Seus seguidores estão em parte dos deslumbrados com a figura xerifesca do juiz Sérgio Moro. Mas para um Brasil que voltará a ser capacho do capitalismo dos EUA, será impossível o nosso país exercer alguma liderança no mundo.
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