(Autor: Renato Rego Ferreira - por e-mail)
É estarrecedor que esse tal de Chico Xavier venha a ser considerado "símbolo de humildade" e muita gente acredite nesta lorota, já que sabemos que os ídolos religiosos detém um outro tipo de privilégio que a sociedade não conhece.
Falam que Chico Xavier superou tudo, enfrentou mil escândalos, passou por cima dos mais difíceis obstáculos e agora está no céu, sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso e tendo Jesus Cristo aceito ceder lugar ao brasileiro que queria que o nosso país fosse a "pátria do Evangelho".
Simples assim, quando a memória curta das pessoas, aliada à desinformação generalizada - a nossa mídia comercial está cada vez informando menos, o Jornal Nacional está até virando um programa humorístico com William Bonner de pé interagindo como um showman - e ao deslumbramento religioso que transforma qualquer charlatão em "santo", bastando umas doses incessantes de coitadismo e triunfalismo aqui e ali, garante a permanência de totens e dogmas que deviam ter sido jogados no lixo.
Ninguém sabe que Chico foi um dos maiores arrivistas do país. Foi o sujeito que mais quis obter vantagens a qualquer custo, subir na vida usando o tão chamado "jeitinho brasileiro". Poucos se lembram de seu passado sombrio, que mostrava sobretudo uma foto medonha com Chico Xavier olhando de frente, passando um samblante assustador, apavorante. Está na primeira página de O Globo de 1935, reproduzida na Internet.
Ele foi um mero católico paranormal, caipira mineiro que trabalhou como funcionário de fazenda e empresas públicas, e quando muito só mereceria ser lembrado em modestos almanaques e em volumes tipo Guia dos Curiosos.
Mas aí ele se deu para usar nomes de autores famosos para fazer pastiches igrejistas, em que a autenticidade ia para as favas, porque o que importava eram as "palavras de amor". Os fins justificam os meios, como na obra de Maquiavel. Nada mais maquiavélico como o príncipe Chico Xavier.
Ele causou problemas com isso e, depois, usou o nome de Humberto de Campos para escrever coisas que este escritor não escreveria nunca em sua obra, E depois foi brincar com os nomes de mortos comuns, enganando as famílias com mensagens que não trazem nada do que os mortos foram, a não ser por informações dadas por fontes materiais pesquisadas.
Chico participou de fraudes de materialização, assinando atestados para legitimar essas farsas, foi brincar de psicofonia que só o viúvo da pobre Meimei, Arnaldo Rocha, que participou da brincadeira, tem coragem de divulgar, mas estranhamente os demais espíritas não fazem uma única menção.
Chico está associado a falsas profecias sobre uma tal de "data-limite", que nem todos os adeptos concordam. E é engraçado o Chico que pregava a união ver seus seguidores brigando, com uns dizendo que a "data-limite" é verdadeira, outros achando que isso é um absurdo etc.
Diante de tantas confusões, só sendo muito tolos para acreditar que Chico Xavier foi realmente humilde e sem ambições. Ele fez um juízo de valor perverso contra os pobres que foram ao circo de Niterói, incendiado em 1961, dos quais muitos saíram mortos. Ele fez maledicência contra os amigos de Jair Presente, chamando de bobagem uma justa desconfiança dos que conviveram com ele.
Além do mais, quem é que transformou Chico Xavier em "maior símbolo da caridade" do Brasil? A mesma Rede Globo que manipula as pessoas e cujos donos vivem nadando em dinheiro, sonegando impostos, arrancando dinheiro em todo lugar onde sentem cheiro de grana. Ninguém desconfia, as pessoas raciocinam como se a vida real fosse uma novela da Globo e eis que um arrivista que começou fazendo pastiches literários é tido como "o espírito mais puro do Brasil, quiçá do universo".
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