(Autor: Professor Caviar)
É totalmente ridícula a tese da "data-limite" que faz com que um grupinho de esotéricos decida brincar de "filosofia": Geraldo Lemos Neto, Juliano Pozati, Laércio Fonseca, entre outros.
Se observarmos bem, essa bobagem nada tem de filosófica, a profecia não tem sentido, até porque há sérios erros de abordagem geológica, sociológica etc, como há outros aspectos que invalidam essa tese delirante.
Primeiro, o próprio Allan Kardec reprovaria a brincadeira. Sim, isso mesmo. Não adianta Juliano Pozati, todo alegre, dizer que lê O Livro dos Médiuns (ele tem mesmo certeza que leu esse livro?), que adora ciência, que adora lógica, quando o que ele faz é completamente desprovido de lógica: esoterismo igrejista e messiânico.
Kardec reprovaria isso, sem o menor pingo de hesitação, porque ele mesmo havia dito que a humanidade não se evoluiria de um salto. Diferente dos "espíritas" brasileiros, que acreditam que os indivíduos são "bonecos de Deus" e a evolução moral virá sob outorgação do "papai do céu", Kardec acreditava que a evolução moral só viria lentamente, diante do esclarecimento das pessoas e da resolução dos conflitos e controvérsias diversos.
O pedagogo francês nunca aceitaria que se transformasse um sonho que um ídolo religioso supostamente teve, ainda mais com uma narrativa delirante e cheia de falhas conceituais, em uma suposta profecia de nossos tempos. E mais: Kardec seria muito duro e rigoroso nos questionamentos, por reconhecer na "profecia da data-limite" um delírio sem pé nem cabeça.
Todos sonhamos nossos sonhos e, aparentemente, eles trazem preocupações importantes. A interpretação de um sonho é diversa e pessoal e dificilmente o sonho de um indivíduo pode sugerir um aviso profético para a humanidade. Isso é perfeitamente impossível.
E por que isso é impossível? Porque, se considerarmos interpretar os sonhos de qualquer pessoa, mesmo sendo apenas aqueles supostamente proféticos, o mundo seria uma grande bagunça e desentendimentos dos mais perigosos ocorreriam.
Se o mundo já tem conflitos suficientes que resultam em atentados preocupantes que, aliás, desmentem a tese da "data-limite", que na proximidade de 2019, já errou feio em algumas "previsões" (como a migração em massa de refugiados, não do Primeiro Mundo para o Brasil, mas do Oriente Médio para a Europa), imagine se tratarmos os sonhos de todo mundo como "profecia".
Aí se recorreu à carteirada. Usou-se o prestígio de Francisco Cândido Xavier, um pastichador e plagiador de livros, a essas alturas protegido da traiçoeira Rede Globo de Televisão (que relançou o mito do "bondoso médium" nos moldes que a BBC fez de Madre Teresa de Calcutá) para legitimar um sonho bobo, risível já no seu enunciado.
Diz o sonho que Jesus Cristo se reuniu com várias "autoridades" do Sistema Solar, ou seja, supostos espíritos responsáveis por cada planeta, e chamaram Emmanuel e Chico Xavier para participar. Todos estavam com medinho de que uma viagem de astronautas estadunidenses à Lua acionasse o botão para a explosão de um conflito bélico nuclear entre EUA e URSS.
O sonho poderia ser até uma simples preocupação, embora a viagem à Lua não fosse necessariamente um indício de um conflito bélico. Poderia ser uma pesquisa geográfica espacial, como as sondas que a NASA enviou a Marte e que, risivelmente, se atribuiu a "previsões" descritas por Chico Xavier em 1935 e 1939, quando na verdade já correspondiam a pesquisas de Percival Lowell publicadas bem antes do "médium" nascer.
No entanto, esse sonho, não bastasse a suspeita de que Chico Xavier nunca teria sonhado tal relato - era mania de Chico influenciar pessoas narrando sonhos, como se parodiasse as parábolas de Jesus, daí o "sonho maluco" que ele teria inventado para justificar a apropriação dele no prestígio de Humberto de Campos - , também não tem consistência para ser transformado em "profecia" e muito menos "filosofia".
Dá pena que Juliano Pozati, Laércio Fonseca e companhia, até pela vontade deles de faturar com essa palhaçada toda, criarem um pastiche de "pensamento filosófico" usando todo um discurso verborrágico, que consiste claramente numa pseudo-ciência, para enganar as pessoas em torno da interpretação surreal de um simples sonho.
Isso é que é carteirada, pois o sonho é uma grande bobagem que não rende essa exploração toda. Ver essa linhagem de "espíritas" como Marlene Nobre, Geraldo Lemos Neto, Juliano Pozati e outros inventarem tantas cretinices pseudo-filosóficas é triste, muito triste.
É por isso que o Brasil não vai para a frente, porque se insiste em dar valor a um pastichador de livros que, ajudado pelo esperto Antônio Wantuil de Freitas - o antigo presidente da FEB que estranhamente nunca foi santificado pelo mito de Chico Xavier que ajudou a crescer - e, depois, pel manipuladora Rede Globo de Televisão, se transformou num "ícone máximo de caridade".
E ver que pessoas preferem realimentar um ídolo religioso que nunca deveria merecer confiança, como Chico Xavier, do que melhorar o país, é vergonhoso e constrangedor. Ainda mais quando um grupo que quer vê-lo como "filósofo" (Lemos Neto, Pozati e similares) não é aceito por outros defensores de CX que não acreditam na "data-limite", como o "médium" Ariston Teles, que diz incorporar o "médium". Virou bagunça.
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