Pular para o conteúdo principal

Suicídio e a Teologia do Sofrimento do "espiritismo" brasileiro

(Autor: Senhor dos Anéis)

O "espiritismo" brasileiro não quer que as pessoas se suicidem. Em princípio, isso é bom. Mas o problema é que, mesmo reprovando o suicídio, os "espíritas", além de fazerem uma acusação severa do suicídio como um crime pior do que o homicídio, não apresentam soluções para evitar as pessoas a cometerem atitude tão extrema e irreversível.

Sabemos que o "espiritismo" brasileiro, na sua quase totalidade, é adepto da Teologia do Sofrimento. Isso se mostra claro nas frases de Francisco Cândido Xavier, que pedia para os sofredores não se queixarem, não demonstrarem sequer que sofrem e não gemam sequer de dor, e orando no mais absoluto silêncio para não causar perturbações alheias.

Sim, isso mesmo. O "bondoso" e "misericordioso" Chico Xavier, a pretexto de parecer "pacifista" e "conciliador", queria que os sofredores ficassem em silêncio, quietos, aguentando suas desgraças por tempo indeterminado e sem falar para os outros que sofrem. Todo mundo sofrendo quietinho e se comportando submisso ao "papai do céu".

A ideia é que, se as pessoas ficarem boazinhas, a bonança virá depois da tempestade. Chico Xavier dizia que "tudo passava", só que não se sabe quando. E essa perspectiva se compara a de uma prisão, já que o prisioneiro precisa ter bom comportamento para ter seu atenuante da pena.

Isso é injusto, é desumano, é cruel. E não há como desmentir, porque a Teologia do Sofrimento está clara nas frases de Chico Xavier sobre o sofrimento humano. Neste caso foi mesmo Chico Xavier "quem disse" e não tem escapatória. Ele defendeu a Teologia do Sofrimento, assim como Madre Teresa de Calcutá também defendeu.

Diante dessa situação, o "espiritismo" mantém-se omisso e sem compreender realmente as razões que levam alguém a se suicidar. Como se sabe, ninguém se suicida porque quer testar se a faca está bem afiada, se a forca aperta bem o pescoço e se a bala do revólver acerta mesmo o coração ou a cabeça. É tão louco se suicidar sem motivo quanto ficar rasgando dinheiro.

O grande problema é que o "espiritismo", quando vê alguém sofrer, se limita a dizer "aceite e confie em Deus". Mas como se trata de uma doutrina confusa e cheia de contradições, também atrai para si energias maléficas, por mais que seus membros achem absurda essa hipótese.

Por isso é que, quando alguém faz um tratamento espiritual, atrai mais azar. Em vez de resolver seus problemas, contrai outros bem mais graves. E, em muitos casos, as pessoas saem felizes de uma doutrinária "espírita" e são as primeiras que os ladrões veem para fazer seu assalto. Coincidência?

Muitas pessoas nos escreveram dizendo que, quando foram para o "espiritismo", alguma coisa ruim acontecia, coisa que era pouco provável de ocorrer antes e que passaram a ser constantes depois. Tragédias, infortúnios, mel-entendidos, oportunidades erradas, falsa prosperidade que escondia sempre alguma encrenca séria e por aí vai.

No caso dos sofredores mais graves, as barreiras da vida se tornam intransponíveis que fica difícil não pensar na hipótese de suicídio. E não é por falta de fé, já que muitos desses sofredores oram de maneira desesperada, suplicando a Deus pelo fim de suas angústias, rezando Pai-Nosso e Ave-Maria todo dia, sem que alguma salvação definitiva viesse socorrê-los.

O "espiritismo" menospreza individualidades. Despreza a vida material, que para seus membros é apenas uma vida "qualquer nota". Tanto faz para os "espíritas" se a pessoa tem um dom mas tem que fazer um trabalho fora de sua vocação, de preferência com um patrão estúpido ou tirano. Tanto faz para os "espíritas" que um homem queira se casar com uma mulher de sua afinidade e acaba atraindo uma que é o completo oposto, mas que estava solteira durante muito tempo.

A negação de individualidades é tanta que se aceita confortavelmente como "obras espirituais legítimas" mensagens que nada têm a ver com os autores alegados, seja um Humberto de Campos, uma Auta de Souza, uma Meimei, um Jair Presente, só para dizer a turma usada pela imaginação fértil de Chico Xavier.

A mensagem pode não ter estilo, pode contradizer em pontos mais delicados, pode ser malfeita e bastante truncada. Mas se essa mensagem dita "espiritual" apresenta "recados fraternais", ela se torna "verdadeira" porque poucos imaginam que um farsante poderia escrever "belas mensagens".

Diante disso, é compreensível que o "espiritismo" não entenda os suicidas. Não entende as angústias e limitações que as pessoas que pensam em se matarem sofrem e encontram dificuldades para superar. É muito simplório dizer para um potencial suicida para ele aceitar suas dificuldades e confiar em Deus. Muito fácil. Difícil é ver os seus verdadeiros problemas e buscar resolvê-los. Neste sentido, até ateus ajudam mais do que os "espíritas".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Publio Lentulus nunca existiu: é invenção de "Emmanuel" da Nóbrega! - Parte 3

OBS de Profeta Gandalf: Este estudo mostra que o personagem Publio Lentulus, utilizado pelo obsessor de Chico Xavier, Emmanuel, para tentar dizer que "esteve com Jesus", é um personagem fictício, de uma obra fictícia, mas com intenções reais de tentar estragar a doutrina espírita, difundindo muita mentira e travando a evolução espiritual. Testemunhos Lentulianos Por José Carlos Ferreira Fernandes - Blog Obras Psicografadas Considerações de Pesquisadores Espíritas acerca da Historicidade de Públio Lêntulo (1944) :   Em agosto de 1944, o periódico carioca “Jornal da Noite” publicou reportagens investigativas acerca da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.   Nas suas edições de 09 e de 11 de agosto de 1944, encontram-se contra-argumentações espíritas defendendo tal mediunidade, inclusive em resposta a uma reportagem anterior (negando-a, e baseando seus argumentos, principalmente, na inexistência de “Públio Lêntulo”, uma das encarnações pretéritas do

Provas de que Chico Xavier NÃO foi enganado por Otília Diogo

 (Autor: Professor Caviar) Diante do caso do prefeito de São Paulo, João Dória Jr., que divulgou uma farsa alimentícia durante o evento Você e a Paz, encontro comandado por Divaldo Franco, o "médium" baiano, beneficiado pela omissão da imprensa, tenta se redimir da responsabilidade de ter homenageado o político e deixado ele divulgar o produto vestindo a camiseta do referido evento. Isso lembra um caso em que um "médium" tentava se livrar da responsabilidade de seus piores atos, como se ser "médium espírita" permitisse o calote moral. Oficialmente, diz-se que o "médium" Francisco Cândido Xavier "havia sido enganado" pela farsante Otília Diogo. Isso é uma mentira descarada, sem pé nem cabeça. Essa constatação, para desespero dos "espíritas", não se baseia em mais um "manifesto de ódio" contra um "homem de bem", mas em fotos tiradas pelo próprio fotógrafo oficial, Nedyr Mendes da Rocha, solidário a

Um grave equívoco numa frase de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) Pretenso sábio, o "médium" Francisco Cândido Xavier é uma das figuras mais blindadas do "espiritismo" brasileiro a ponto de até seus críticos terem medo de questioná-lo de maneira mais enérgica e aprofundada. Ele foi dado a dizer frases de efeito a partir dos anos 1970, quando seu mito de pretenso filantropo ganhou uma abordagem menos confusa que a de seu antigo tutor institucional, o ex-presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas. Nessa nova abordagem, feita sob o respaldo da Rede Globo, Chico Xavier era trabalhado como ídolo religioso nos moldes que o jornalista católico inglês Malcolm Muggeridge havia feito no documentário Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God) , em relação a Madre Teresa de Calcutá. Para um público simplório que é o brasileiro, que anda com mania de pretensa "sabedoria de bolso", colecionando frases de diversas personalidades, umas admiráveis e outras nem tanto, sem que tivesse um