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Considerações sobre a caridade atribuída a Chico Xavier

(Autor: Kardec McGuiver)

O mito de "Homem mais bondoso da face da Terra" é frequentemente utilizado como escudo pelos admiradores de Francisco Cândido Xavier quando estes querem blindá-lo das críticas, mesmo as mais sensatas. Como líder religioso, Chico Xavier estimulou um terrível fanatismo que grudou seus pés em um pedestal de onde seus admiradores insistentemente recusam a tirá-lo.

Mas como aqui não vivemos de fé cega e sim da percepção de resultados, sentimos dizer que toda a mitologia construída em torno da suposta caridade de Xavier é falsa. O médium mineiro não foi só charlatão na sua prática mediúnica (que começou autêntica, mas se atrofiou com a falta de estudos sérios forçando ele a aderir a fraudes para manter o espetáculo e angariar prestígio), mas também na sua suposta atividade filantrópica, hoje principal razão para sustentá-lo como mito.

Xavier era uma liderança muito influente. Sua responsabilidade não era de fazer caridade como todo mortal sabe fazer. O médium deveria mudar a sociedade em que estava inserido. Seus resultados teriam que ser perceptíveis, causando grandes mudanças. Sua caridade nunca deveria ser consoladora, mas eficiente, propondo sempre a eliminar problemas.

CARIDADE APENAS PALIATIVA

Mas na prática, a caridade de Xavier era no máximo paliativa, consoladora. Nada além de uma sopinha aguada para degustar bocas famintas. Sua caridade servia mais para estimular a resignação diante dos problemas nunca resolvidos. Um estímulo a passividade, a uma inércia "feliz".

Xavier nunca usou sua influência para lutar pela melhoria do meio em que vivia. Nunca usou seu prestígio para convencer autoridades a melhorar a qualidade da sociedade. Se limitou a uma caridade frouxa, pequena, que servia como meio de adaptação aos problemas que o médium NUNCA se empenhou em resolver. Das autoridades, Xavier só queria prêmios e reconhecimento.

Ah, a mediunidade... O serviço de "recebimento de mensagens do além" é muito duvidoso. Para começar era feito de forma irresponsável, pois Xavier nunca estudou a doutrina e nunca entendeu sequer pontos básicos. Vivia contradizendo a doutrina. Nunca largou seus dogmas católicos, preferindo misturá-los com a doutrina, como quem prepara uma lavagem para porcos comerem. 

No caos que eram os centros em que trabalhava, havia impossibilidade de controle das mensagens, sendo prato cheio para falsos espíritos e até mesmo para fraudes, pois não eram ambientes preparados para comunicações feitas de forma responsável.

E as mães? Ao invés de ter a sensatez de conversar com as mães dizendo que os filhos mortos estão bem, que não existe punição no mundo espiritual, preferiu levar o espetáculo adiante e tentar chamar os filhos das mães, se esquecendo que cada caso é um caso (alguns filhos poderiam ter reencarnado imediatamente, uns na Terra outros bem longe).

Xavier acabou forçando uma comunicação que acaba atraindo espíritos mistificadores que fingiam ser os filhos das tais mães, com mensagens igrejeiras que destoavam da personalidade original dos espíritos evocados. Mas não raramente era o próprio médium que inventava as mensagens, para que o show pudesse continuar.

O LADO PERVERSO DE CHICO XAVIER

Não há relatos sérios de alguma atividade altruísta com grandes resultados em que Xavier pudesse estar envolvido. Tido como "maior filantropo da Terra", nunca fez de fato filantropia. E ainda tinha o seu lado perverso, incluindo o de condenar várias formas de ativismo social, como fez explicitamente na famosa entrevista do talk show Pinga Fogo. Se duvidam, a entrevista está toda no YouTube, para vocês ouvirem palavras horrendas saírem da boca do "homem chamado amor".

Xavier ainda apoiou explicitamente a ditadura militar na mais cruel de suas fases. Era difusor da sadomasoquista Teologia do Sofrimento, que acredita que sofrer é um privilégio. Xavier deturpou toda uma doutrina com um festival de sandices e serviu de um estereótipo que vem desmoralizando a doutrina, transformando-a em uma palhaçada só levada a sério pelos seus seguidores.

Xavier ainda autenticou fraudes e usou nomes de mortos famosos para "assinar" livros e mensagens de forte conteúdo igrejeiro, claramente servindo de propaganda religiosa e mostrando uma imagem errada do mundo espiritual, mesmo com Kardec alertando que o mundo espiritual em nada se parece com alguma coisa na Terra, muito menos como uma igreja ou o "céu" católico.

DESONESTIDADE DOUTRINÀRIA

Chico Xavier ainda cometeu violenta desonestidade doutrinária pois afirmava uma crença defendendo outra, causando uma confusão que acabou por transformar o "Espiritismo" numa espécie de Catolicismo enrustido que acreditava em reencarnação. Tudo graças a recusa do médium em abandonar a sua crença original, na hora de assumir seu "posto" na nova doutrina.

Com a mais absoluta certeza, Chico Xavier fez muitos estragos e quase nenhum benefício. Não se vê na prática o resultado da caridade atribuída ao médium. Na verdade essa estória de "bondade máxima" só serve mesmo para fixar e ampliar o doente fanatismo religioso em prol do médium, por parte de pessoas emocionalmente carentes. 

Para elas, ter um tutor, mesmo falso, lhes traz conforto, mas ao meso tempo traz conformidade que perpetua todos os problemas que estamos cansados de ver em nosso cotidiano. A religiosidade é bastante eficiente na hora de preservar erros e problemas.

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