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Chico Xavier e o escudo da bondade estereotipada

(Autor: Kardec McGuiver)

Toda vez que se fala em Chico Xavier, seja para elogiar ou para criticar, vem na mente das pessoas de forma automática o estigma de filantropia tradicionalmente associado ao médium. Graças a muita publicidade bem sucedida, foi criada uma imagem falsa, mas convincente, de altruísmo que serve como capa protetora do médium contra as críticas às suas fraudes.

Francisco Cândido Xavier sempre foi excelente vendedor de livros. Recheados de erros e de ilusões, mas com mensagens de consolo comovente, seus livros sempre são bem procurados por pessoas desesperadas a procura de conselhos falsamente sábios que possam servir de puro conforto para pessoas que se recusam a evoluir o intelecto e lutar por melhorias com as próprias mãos.

Como Xavier foi comprovadamente uma farsa, pois se analisarmos atentamente as obras de Allan Kardec, vamos facilmente encontrar a comprovação do charlatanismo do médium mineiro que, mesmo sendo um paranormal autêntico no início, perdeu aos poucos a capacidade de se comunicar com a não-matéria por nunca ter estudado seriamente a doutrina (por culpa dele, que poderia ter recusado a proibição do autoritário obsessor Emmanuel de estudar).

VENDA DE LIVROS: A META

Mas como sua mediunidade atraia adeptos (e como consequência alavancavam as vendas dos seus livros), a FEB achou melhor manter a farsa para que aos poucos, Xavier fosse transformado em divindade viva, um consolo humano para uma sociedade que nunca teve heróis, como a brasileira.

Para reforçar as vendas de seus livros, inventou-se que Xavier havia doado todo o direito autoral de seus escritos (cujos originais foram misteriosamente destruídos) às obras de caridade, algo que nunca foi comprovado e cujo resultado nunca foi percebido. Sabe-se que a FEB é uma instituição rica e que lideranças "espíritas" tem um excelente padrão de vida. Para justificar o alto padrão de vida de suas lideranças, inventaram que "quem ajuda os outros é sempre ajudado", mas sem explicar de fato como as lideranças elevam seu padrão de vida.

Xavier sempre viveu confortavelmente bem. Obviamente não chegava a ser rico, mas tinha que manter a  falsa aparência de "pobre" para atrair pessoas, como se fosse um "Jesus" moderno, pois se assumisse sua verdadeira condição, os planos de utilizar a comoção coletiva para vender seus livros iriam por água abaixo.

Tudo foi feito para que o médium fosse marcado pela sua filantropia. Esqueça a filantropia real que muda sistemas, elimina problemas e corrige injustiças. A "filantropia" de Xavier era paliativa, apenas um consolo para que carentes crônicos pensem que estejam tutelados por alguém, mesmo sem qualquer possibilidade de melhorias.

O LADO MALVADO DO "HOMEM MAIS BONDOSO DO MUNDO"

Mas não esqueçamos que Xavier tinha o seu lado perverso que derrubava de vez o mito de "homem mai evoluído do Brasil": apoiou a ditadura militar em sua pior fase, desestimulava o desenvolvimento intelectual, obsediou filhos mortos de mães desesperadas, era entusiasta da sadomasoquista Teologia do Sofrimento, não doou seu órgãos sadios, não usou seu prestígio para convencer autoridades a melhorar condições de vida e ainda mentiu, mentiu muito para poder manter seu falso prestígio intacto. Como vê, são muitos erros cometidos por um homem que quase todos acreditavam ser um "anjo encarnado".

Portanto sem essa de usar a bondade de Chico Xavier como escudo. E não estamos fazendo nenhum tipo de difamação: os fatos estão aí para comprovar a farsa. Se tudo que falam de bom de Francisco Cândido Xavier fosse verdadeiro, a sociedade brasileira seria outra, mais racional, mais altruísta e mais próspera. Hoje estamos mais ignorantes, mais odiosos e falidos. E muita gente ainda recorre ao velho mito do médium para tentar resolver o que ele nunca conseguiu resolver quando estava vivo.

Bobagem querer defender Chico Xavier usando sua suposta bondade. Uma bondade que não melhor nem transforma não é bondade, e água com açúcar. E sabemos que nenhuma revolução social que trouxe reais qualidades de vida foi feita usando apensa água com açúcar. Chico Xavier, que como filantropo nunca nos serviu, não é agora que irá nos servir.

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