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O golpe do "telefone do lado de lá"

(Autor: Professor Caviar)

Uma mãe de um jovem falecido, Roberto Muszkat, exibe como troféu uma carta atribuída ao seu espírito, como se fosse uma mensagem psicografada autêntica. Mas observa-se, na mesma, que a caligrafia corresponde a do "médium" Francisco Cândido Xavier, o que já indica uma fraude, por não apresentar qualquer vestígio pessoal do falecido. Veja imagem abaixo.

Chico Xavier é denunciado por fraudes diversas, inclusive em cartas ditas mediúnicas. Ele é acusado de contar com colaboradores para obter informações sutis dos falecidos e seus familiares através de um recurso derivado da hipnose e do ilusionismo circense, que é a "leitura fria", técnica de entrevista em que o entrevistador busca conquistar o entrevistado com um discurso intimista, de forma que o interlocutor se sinta à vontade e exponha detalhes particulares da vida do falecido.

Com tais informações, eram forjadas mensagens "espirituais" que supostamente incluiriam dados mais "complexos", o que tornou-se uma grande pegadinha para acadêmicos tendenciosos ou pouco preparados, a atribuir "autenticidade" a cada mensagem apenas porque cita nomes de parentes de segundo grau, avós esquecidas, hábitos de vida pouco conhecidos dos pais.

Embora a "mediunidade" de Chico Xavier seja oficialmente tida como "100% confiável", ela demonstra ser o extremo oposto disso, constituindo numa prática bastante duvidosa e irregular, algo que não é difícil de se constatar.

As mensagens "mediúnicas" têm sempre a mesma caligrafia e o mesmo estilo do "médium", o que poderia desmascarar com muita facilidade Chico Xavier, não fosse a astúcia dos dirigentes da Federação "Espírita" Brasileira de produzirem uma imagem de "bondade" e "humildade" associadas a ele.

Isso criou uma péssima escola de mediunidade. Aliás, uma "Feira de Acari" da paranormalidade, uma prática irregular, feita "às escuras", à revelia da ciência, sem qualquer lógica e com muitas e muitas irregularidades. Psicografia, Psicofonia, Psicopictografia, cirurgias espirituais, tudo é feito de maneira irregular, independente de receber ou não espíritos do além (geralmente traiçoeiros e diferentes dos espíritos alegados em cada ocasião).

As pessoas acabaram ficando tapeadas, achando que todos esses processos eram genuínos. Chico Xavier e Divaldo Franco alimentaram seu estrelato com isso, e depois que, com seus pastiches literários, fizeram regredir suas paranormalidades e afastar os bons espíritos que, horrorizados, nem chegam perto destas duas figuras oficialmente tidas como "purificadas", mas que não passavam de grandes charlatães, mistificadores baratos e exploradores da fé alheia.

O "TELEFONE DO LADO DE LÁ"

Chico Xavier, como mistificador que era, disse que preferia esperar que o "telefone" (recados espirituais) tocasse "do lado de lá" (mundo espiritual). Ele reprovava a evocação de espíritos - coisa que Allan Kardec aprovava e recomendava, até pela intenção de chamar um espírito determinado e não qualquer um - , preferindo que os "espíritos" aparecessem "espontaneamente".

A "maravilhosa" tese de Chico Xavier é perigosa, porque espíritos traiçoeiros aproveitaram disso e hoje eles praticamente mandam, "do lado de lá", no "espiritismo" feito no Brasil. Queiram ou não queiram os seguidores, Chico Xavier personifica muito bem o "inimigo interno" da Doutrina Espírita alertado pelo espírito Erasto nos tempos do professor Kardec.

O problema é que, muitas vezes, a mediunidade nem é feita, pois quase tudo vem das mentes dos supostos "médiuns". Podemos inferir que só as cirurgias "espirituais" talvez possam ser mediúnicas, mas ainda assim de maneira sombria, atraindo médicos nazistas, considerados espíritos trevosos e traiçoeiros, que faziam cirurgias usando métodos duvidosos e sem adotar critérios de higiene e outros procedimentos cautelosos.

O resto é fingimento, pela natural falta de concentração dos supostos médiuns, já que não há estudo, não há seriedade, e durante muito tempo Kardec foi deixado de lado, pois o "movimento espírita" se alimentou primeiro dos delírios igrejistas de Jean-Baptiste Roustaing. Quando decidiu alegar "fidelidade absoluta" a Kardec, já era tarde demais, o vírus católico já havia dominado os organismos dos "espíritas".

No caso das cartas "mediúnicas", cujo principal exemplo é o de Chico Xavier - mas há outros exemplos, como de Divaldo Franco, Carlos Baccelli, do Lar Frei Luiz e tantos outros - , o que se nota é uma semelhança muito grande com um tipo de trote telefônico para fins de estelionato, quando membros de uma quadrilha imitam vozes de familiares tidos como "vítimas de sequestros".

Os estelionatários fazem toda uma encenação no telefone. Um homem diz que sequestra um parente da vítima, geralmente um filho, e outra pessoa faz um falsete com voz de criança. para tentar convencer o interlocutor. Com isso, se negocia um "resgate" que a vítima terá que pagar ao "sequestrador".

Há outros tipos de trotes, e frequentemente se usa a "leitura fria". Por exemplo, se o estelionatário inicia um telefonema perguntando pela dona da casa, cuja informação ele viu em uma lista telefônica ou outra fonte similar, se ela atende falando o nome de um primo, o estelionatário se passa por ele e a seduz com seu papo envolvente, a ponto de parecer que é mesmo esse primo.

Aí o "primo" diz que está numa "pindaíba", contraiu uma dívida enorme e que precisa da ajuda da dona-de-casa e do marido desta para ajudarem a pagar o débito. E aí, de forma "bem simpática", o estelionatário pede para que se deposite na conta dele uma determinada e grande soma de dinheiro para assim ele "resolver a dívida". Se a interlocutora aderir, caiu no golpe.

Daí que a "psicografia" sugere a mesma coisa, embora o "preço" determinado seja a fé e a atribuição forçada do "médium" a uma figura "caridosa", como se em cada "mediunidade" ele ganhasse pontos para aprovação.

Com sua esperteza, o "médium" se passa pelo falecido, capricha nas mensagens positivas até porque mesmo o roteiro de cada mensagem é o mesmo: o "missivista do além" sofreu, foi assistido em uma colônia espiritual, aprendeu o "Evangelho de Jesus" e encerra a mensagem pedindo aos entes encarnados que "se unissem em torno da fraternidade vristã".

Um rol de irregularidades foi feito em mensagens supostamente mediúnicas. O próprio Chico Xavier causava confusão com muitas delas. E isso é bem parecido com os trotes telefônicos, que às vezes parecem verdade, mas depois demonstram serem mentiras aberrantes. O golpe do "telefone do lado de lá" também enganou e iludiu muita gente.

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