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Chico Anysio, David Bowie e Fernando Pessoa "psicografaram" melhor que Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar)

O que tiveram em comum o humorista brasileiro Chico Anysio, o cantor inglês David Bowie e o poeta português Fernando Pessoa? Simples, eles entenderam a natureza humana, cada um à sua maneira, "incorporando" vários personagens, com seus talentos peculiares de grande valor e uma contribuição ímpar para suas respectivas culturas.

Eles acabaram "psicografando" com muito mais competência e brilho do que Francisco Cândido Xavier. Este nunca passou de um embusteiro, porque as obras que o mineiro publicou "evocando" pessoas diferentes do além nunca iam mais além do seu estilo pessoal, em que verdadeiras gafes como publicar poemas com o nome de Auta de Souza usando o "estilo Chico Xavier" mostram a incompetência do "maior brasileiro de todos os tempos" em compreender a diversidade humana.

Chico Xavier, no fundo, usava nomes e personalidades falecidos de diversos tipos para dizer uma mesma mensagem igrejista, o mesmo apelo religiosista do mais retrógrado catolicismo. Sim, porque a verdade é que Chico Xavier sempre foi medieval, era um sujeito ultraconservador e retrógrado, e sua obra constituiu em promover um moralismo conservador e religioso.

Isso é muito diferente do que seu xará, Chico Anysio, fez, quando, em seus personagens humorísticos, do Professor Raimundo e do garçom Quem-Quem ao Justo Veríssimo e Jovem, percebia as várias nuances da natureza humana, criando em cada personagem um perfil peculiar.

David Bowie também investia em personagens, nas suas criações musicais. Ele criava óperas-rock em que personagens que tinham complexos pessoais e tinham seus dramas e tragédias eram descritos em um seleto repertório de canções que o músico inglês compunha para eles e os quais interpretava dramaticamente nos palcos. Aladdin Sane, Major Tom e Ziggy Stardust são algumas de suas criações.

No passado, Fernando Pessoa era uma multidão dos que ele chamava de heterônimos. Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro são apenas três dos principais. Ele criava em cada um deles uma obra poética própria, estabelecia "diálogos" entre os heterônimos, criava biografias próprias e, através deles, criava verdadeiros debates filosóficos, expressando dilemas e problemas humanos.

Os três foram muito mais médiuns do que Chico Xavier porque este se preocupou apenas em usar nomes de pessoas diferentes para fazer uma mesma propaganda igrejista, seja Humberto de Campos, Cornélio Pires, Auta de Souza, Olavo Bilac e muitos outros, que "apareciam" sem mostrar seus estilos originais, mas tão somente refletindo o estilo pessoal de Chico Xavier ou, quando muito, de colaboradores como Antônio Wantuil de Freitas, da Federação "Espírita" Brasileira.

Chico Anysio, David Bowie e Fernando Pessoa é que puderam ver a questão do outro, os problemas humanos alheios, deixando eles de serem puros indivíduos para, através de outras pessoas criadas de suas mentes, enxergarem a diversidade alheia e os problemas que afetam outras pessoas. 

Eles pensaram muito mais no próximo, procurando eles, como indivíduos, buscarem compreender a coletividade através de "outras pessoas" que criaram, entendendo a natureza humana de uma forma ampla e buscando ir além de suas compreensões pessoais.

Chico Xavier, no entanto, não conseguia ver o outro, usava outras pessoas, reais, que se transformavam apenas em nomes que povoavam a ficção mental do "médium" brasileiro, nomes que um dia eram de pessoas que estavam conosco, mas que se reduziram, na mente de Xavier, a garotos-propagandas de seu proselitismo igrejista e falsamente filantrópico.

Desta forma, mais uma vez a comparação traz desvantagem ao anti-médium mineiro. Afinal, Chico Anysio, David Bowie e Fernando Pessoa recorreram a invenções imaginárias para observar a complexidade da diversidade humana, e, com isso, pensavam a realidade a partir da ficção.

Já Chico Xavier fez pior. Sem entender a natureza humana, ele apenas se apegava ao moralismo religioso, que foi a única causa existente em sua obra. E ele usou personagens reais, falecidos, que eram submetidos pela imaginação fértil do "médium" para transmitir uma mesma mensagem, sem que apresentem qualquer diferencial real de suas individualidades.

Com isso, Chico Xavier recorria à realidade para trabalhar sua ficção igrejista, usava os outros para mascarar a incompreensão que ele teve do outro, que só era entendido diante da visão restritiva e monolítica do moralismo religioso e da mesmice travestida em "ideal de fraternidade e solidariedade".

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