(Autor: Kardec McGuiver)
Chico Xavier é um mito privilegiado. Tido como "perfeição absoluta" mesmo cometendo uma infinidade de graves erros, ele ainda significa um exemplo a ser seguido, graças ao estereótipo falso de bondade no qual ele se encaixou.
Fatos comprovam que toda a mitologia construída em torno do médium é falsa, feita apenas para angariar dinheiro com as vendas de seus livros. Até a lenda de que a renda dos direitos iria para a caridade é uma farsa, pois se fosse verdadeira, seu resultados filantrópicos seriam visíveis, visto que os livros do médium vendem muito até hoje. Até porque a FEB, detentora dos direitos das obras assinadas por Chico Xavier, se mostra bem empenhada com a vendagem dos livros, o que causa uma série de suspeitas.
Mas porque um mito não consegue ser derrubado, mesmo com críticas sensatas, provas inquestionáveis e pesquisas sérias? Porque o estereótipo protege Chico Xavier.
O mito foi muito bem construído. Ele surgiu por influência do que foi feito nos EUA por Malcolm Muggeridge com a intenção de transformar Madre Teresa de Calcutá em um mito.
O começo do mito
Nos anos 70, graças a uma entrevista dada para o programa de talk-show Pinga Fogo, da TV Tupi, em 1971, Chico Xavier se tornou conhecido da opinião pública. Consequentemente muitos oportunistas começaram a fingir mediunidade para entrar na onda e obter visibilidade. Estes foram denunciados. Xavier, outro farsante, corria o mesmo risco. Mas ele vendia livros. O que fazer para impedir que ele fosse denunciado como os outros médiuns picaretas?
Aí veio o documentário de Malcolm Muggeridge sobre Madre Teresa. A FEB, que gosta de imitar os outros, já que transformou o "Espiritismo" brasileiro numa espécie de Catolicismo híbrido, gostou do que foi feito com a madre albanesa que abandonava os pobres a própria sorte enquanto viajava em aviões de luxo acompanhando poderosos. A FEB resolveu fazer o mesmo com Xavier.
Com a ajuda da Rede Globo, foi feito um documentário para o famosos programa Globo Repórter, tentando hiperbolizar o mito de Xavier, desde então considerado o "maior filantropo brasileiro". Foi o suficiente para protegê-lo das denuncias e popularizá-lo não apenas entre os pseudo-espíritas que já o idolatravam, mas entre a população em geral carente de alguém que fizesse o papel de "herói da humanidade". Do jeito que o mito foi criado, Xavier se mostrou a pessoa perfeita para esta função. Mesmo que tudo tenha sido de fato uma mentira.
Alimentando o mito para preservá-lo
A atitude tomada pela FEB foi alimentar este mito, agregando qualidades e mai qualidades ao médium, que virou um "depósito" de qualidades humanas. Aí inventaram que ele era filósofo, profeta, cientista, educador, ativista social, e tudo que você imaginar de positivo, mesmo que o médium sequer tenha mexido um dedo para receber tais títulos. No máximo era apenas um sacerdote ruim que supostamente falava com os mortos.
Esta construção do mito, alimentada até hoje com lendas e mais lendas construídas em torno do médium, o livrou das denuncias. Mas com a internet dando oportunidade para pessoas sensatas que nunca acreditaram nas mentiras a respeito do médium a emitirem seus diagnósticos, o processo de desconstrução do mito continua em andamento, mesmo distante da opinião pública, ainda fanaticamente cega, iludida pela falsa imagem do velhinho bonzinho.
Há muito o que fazer para desconstruir o mito. Mas pelo menos a oportunidade foi lançada. mesmo que a opinião pública cega insista em preservar o falso mito.
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