(Autor: Kardec McGuiver)
Hoje, sendo um feriado católico, nada mais legal do que postar um texto que destaque a fé católica de Chico Xavier. Embora os seguidores do médium não vejam nada de errado nesse estranho sincretismo praticado pelo "Espiritismo" brasileiro, lamento dizer que este enxerto trazido pelo médium tem feito um enorme estrago na compreensão doutrinária, favorecendo a consagração de muitas mentiras e contradições.
Chico Xavier nunca foi espírita. Seu estigma de "maior espírita brasileiro" é forjado, falso, construído. Expulso do Catolicismo só porque era paranormal, o médium se entristeceu e beato fanático tão alucinado como o beato Salu das estórias de Dias Gomes, queria ter uma religião a seguir. Chico Xavier nada queria fazer na vida além de orar e ler livros.
Expulso de sua adorada igreja, nunca a abandonou. Quando foi "adotado" pela Federação (que se diz) "Espírita" Brasileira, concordou em transformar o "Espiritismo" brasileiro numa espécie de segundo Catolicismo, focado no mundo espiritual, mas com quase todos s dogmas e ritos católicos, com as devidas adaptações.
Xavier inclusive gostou muito de saber que o seu culto a Nossa Senhora (algo completamente incompatível com a verdadeira doutrina Espírita) não seria descartado, pois arrumaria um jeito da mãe de Jesus, que nunca concordou com o ativismo de seu filho, seja vista como "espírito superior", nome que o "Espiritismo" pirata dá aos seus santos.
Com a inserção de inúmeros dogmas católicos no "Espiritismo" brasileiro (que foi fundado por dissidentes católicos, do contrário do que aconteceu na França do século XIX), Xavier se sentiu em casa e muitos fiéis católicos que esperavam uma resposta sobre o que aconteceria após a morte, migraram rapidamente para este Novo Catolicismo que se apresentava no Brasil como "espírita", que defendia a reencarnação, a vida pós morte, mas mantinha quase todos os rituais católicos, mas sem a típica pompa da igreja, o que garantiria uma falsa imagem de modéstia.
E com essa gororoba toda se construiu o "Espiritismo" no Brasil, cada vez mais confuso, aberto a especulações que lançam por aí em palestras (missas) feitas por qualquer irresponsável a fingir conhecimento doutrinário e a blindagem sólida construída em torno de suas lideranças que se tornam totens intocáveis e difíceis de serem derrubados.
Enquanto a ciência espírita continua bastante desconhecida no Brasil, reduzida a um pequeno grupo de contestadores, o "Espiritismo" segue como uma cópia amarelada do Catolicismo a enganar a todos e prometer falsa prosperidade futura a tolos que fingem ser racionais porque aceitam cegamente o que vem de suas lideranças, igualzinho o que acontece com qualquer religião.
A doutrina que se pretendia ser uma ciência nunca foi tão irracional como sempre esteve em sua versão brasileira. Amém?
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FOTO: Nossa Senhora de Abadia, mais um alter-ego da mãe de Cristo, cultuada por Xavier até o fim da vida. O médium só se sentiu a vontade no "Espiritismo" se o mesmo absorvesse dogmas e ídolos católicos, rotulados respectivamente como "verdades científicas" e "espíritos superiores", casando essa confusão doutrinária que alimenta polêmicas.
Só assim, Xavier pôde se conformar da expulsão que sofreu pela igreja por causa de sua paranormalidade. O médium nunca entendeu o Espiritismo e manteve uma rígida e praticante fidelidade católica até morrer.
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