(Autor: Marcelo Pereira)
Foi noticiado nas redes sociais o fato de que o túmulo do médium católico Chico Xavier foi vandalizado. Xavier, que é tido erradamente pelo senso comum como o "maior líder do Espiritismo", embora não tenha entendido bulhufas a respeito da doutrina, respondia em nome dela e quem atacou o túmulo certamente odiava Espiritismo seja ele verdadeiro (por Allan Kardec) ou falso (por Chico Xavier).
Independente de quem foi Chico Xavier ou do que ele tenha feito - e ele fez muito mal, acreditem - nada justifica o ato de vandalismo. Agir de forma agressiva é irracional, danoso e fortalece o lado de quem sofre a agressividade. Se Chico Xavier estava errado, agora que ele vai ficar com a razão, após seu túmulo ter sido objeto de agressão.
Trocando em miúdos: reprovamos o vandalismo que aconteceu no túmulo do médium.
O fato rendeu uma comoção epidêmica entre os chiquistas e leigos. Postagens sobre Xavier aumentaram após o anúncio de violência contra a tumba, já que para muitos o médium significava o mito do "homem mais bondoso da Terra". Mito falso, mas arraigado em nossa sociedade.
Xavier tem um gigantesco exército de fãs fanáticos e cegos que frequentemente se recusam a aceitar que ele cometeu um erro. Xavier cometeu muitos. O maior deles foi deturpar a doutrina espírita e enganar a muitos forjando mensagens psicográficas que às vezes vinha de espíritos farsantes, outras da cabeça do próprio médium ou dos que trabalhavam com ele.
Mas se Xavier errou, vamos resolver isso de forma mais inteligente. Mostrarmos que somos superiores aos que defendem Chico Xavier. Provarmos que a fé cega, seja de quem for, é a responsável por esta guerra santa que começa a se iniciar no Brasil.
Seria muito bom que não houvesse religiões. Todas, sem exceção, se apoiam em tolices sem sentido e quando uma tolice vai contra a outra tolice, resulta na intolerância.
Mas evitar a agressividade sempre é o melhor a fazer. Sejamos tolerantes mesmo que tenhamos o direito de não sermos concordantes. Um dia os próprios religiosos vão amadurecer, reconhecer o erro de acreditar em absurdos e abandonar as suas crenças, que não assam de resquícios da infantilidade.
Outra coisa: se agredirmos os religiosos estaremos sendo iguais a eles, irracionais defensores de absurdos sem sentido que se transformam em patrimônios a serem defendidos. Se queremos ser racionais, ajamos como racionais, questionando e debatendo com conversas salutares e respeitosas.
A Fé não é nosso patrimônio. A razão é que é o nosso maior patrimônio. E é pela razão que devemos lutar, no bom sentido. E sem agressividade, POR FAVOR!
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