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Devoção a um estereótipo

(Autor: Kardec McGuiver)

Brasileiros adoram estereótipos. Acostumados a usar novelas, filmes e obras de ficção para definir o caráter das pessoas, os brasileiros não se esforçam em verificar a índole de outros, referindo se ater a estigmas e características-padrão para definir quem é ou não digno de confiança.

Se alguém segue um estereótipo de bondade, mesmo falso, é automaticamente admirado pela maioria dos brasileiros. Mesmo que a bondade prática seja improvável ou até inexistente, o estereótipo cumprirá a função de definir se fulano é bondoso, mesmo que não tenha sido de fato.

Líderes religiosos são estigmatizados como bondosos. Inertes e estimuladores de conformismo, eles criaram padrões de bondade que mais servem como consolo para suportar problemas do que soluções de melhoria de vida. Para eles, pra quê melhorar de vida? Acredite na divindade que ele resolverá as coisas se quiser. Se a tal divindade não quiser, acatemos passivamente e fiquemos de joelhos louvando o vento. E suportemos a dor, por pior que ela seja, sem murmurar.

E Chico Xavier é um deles. Tido erroneamente como "maior autoridade do Espiritismo no Brasil", ele não passou de um católico que conversava com os mortos e que nunca entendeu de fato o Espiritismo, servindo de tábua Ouija humana a satisfazer o interesse particular de seus admiradores. Mas corresponde ao estereótipo perfeito de bondade, graças a uma bem-sucedida campanha publicitária feita sob encomenda da FEB, a federação que finge representar o Espiritismo, mas foi fundada por dissidentes católicos que acreditavam em reencarnação.

Mas na verdade ninguém está ligando se a suposta ajuda atribuída a Xavier foi real e eficiente. Querem mesmo é o estereótipo. Se o estereótipo é de bondoso, então ele é bondoso. Isso é o que interessa. O resultado dessa suposta caridade não importa. Acreditar na figura de bondade, mesmo falsa é oque deve ser feito.

O sucesso da campanha publicitária criada pera soterrar as provas de charlatanismo do médium impulsionaram este fanatismo que agregou uma imagem irreal de bondade máxima ao caixeiro viajante que queria agradar de maneira submissa a todos. A confusão entre gentileza e bondade reforça esse estereótipo. E com isso tudo, Xavier se consagra como o "homem mais bondoso da Terra" sem ter movido uma palha para melhorar a sociedade.

Uma prova de que estereótipos tem o poder de iludir as pessoas.

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