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A falsa noção de bondade

Os brasileiros, excessivamente religiosos, não tem noção correta do que signifique bondade. A noção de bondade que a maioria está convicta é dada pelas religiões. É aquela bondade estereotipada, paliativa, que não gera grandes mudanças sociais e mantém tudo como está.

Dar objetos a pobres, aparentemente pode significar uma caridade, mas não pode ser considerada como tal se manter os pobres na mesma condição. A caridade paliativa não pode ser considerada a verdadeira caridade, poie ela não transforma, não resolve, apenas consola. Traz um conforto momentâneo, que quando encerrado, traz de volta a agonia, a tristeza e em muitos casos, desespero.Como definir como "bondade" uma ajuda paliativa que não acaba com os problemas, apenas desvia dela por alguns instantes?

A caridade tem que transformar, mudar, questionar, distribuir, e também, eliminar essa estritura podre de poder que existe por aí. Não adianta doar bens se ainda se permanece rico. Os ricos são ricos porque possuem algum excesso. Mesmo que algum rico doe alguma coisa, se ele continua rico, é porque ainda mantém um excesso em suas mãos que deveria ser imediatamente distribuído.

Outro tipo de caridade nunca mencionada como tal é contestar tudo que está de errado ao nosso redor. TUDO MESMO! Muitas coisas que parecem boas aos nossos olhos, são na verdade nocivas aos mínimos detalhes.

Evocar entes queridos parece caridade mas pode ser prejuízo

Para os espiritólicos, evocar um espírito conhecido para ver se eles "está bem", é uma forma de caridade que conforta parentes e amigos desconsolados. Isso na verdade pode prejudicar, tanto o espírito quanto o requerente que o evoca.

Para o espírito, prejudica porque não é necessário haver esse tipo de evocação. Somente a falta de confiança em Deus e em si mesmo justifica o desespero de pessoas angustiadas para receber - inutilmente - mensagens de parentes e amigos mortos. isso pode obsidiar o espírito que na verdade continua a sua caminhada, pois a morte não existe e se desesperar por ela é aceitar - mesmo sem admitir - a morte como um "encerramento' ou como um sofrimento, o que na verdade é o contrário, pois retomamos a verdadeira vida sem essa armadura pesada que chamamos de "corpo".

Do outro lado, prejudica os requerentes - os parentes e amigos que evocam os seus entes queridos - porque além de dar razão ao seu irracional e infiel desespero, estimulando a manutenção de sentimentos agonizantes, pode servir de um meio de fascinação espiritual grave, onde espíritos gozadores se aproveitam de momentos de desespero para fingir que são os espíritos evocados - que mesmo com "senhas" podem enganar os que recebem a mensagem (falarei sobre isso em texto futuro) - e desviar as sessão mediúnica de sua real finalidade.

Falsos símbolos de bondade

A noção de bondade que as pessoa têm é tão errada que interfere até no culto de admiração a pessoas - o que já é um erro, pois não devemos cultuar pessoas e sim cultuar ideias e atitudes - colocando gente como "santa" mesmo sem ter colaborado por mudanças realmente significativas.

Isso faz com que as pessoas achem que as pessoas mais bondosas e evoluídas estejam nas religiões e no entretenimento, já que em aparência, a simpatia e a suposta bondade aparecem a olhos vistos para quem não tem o discernimento.

Se esquecem que na verdade, os verdadeiros altruístas se encontram no meio intelectual, entre pensadores e cientistas, já que a bondade, quando trabalhada junto ao raciocínio e a lógica, se torna mais forte e menos paliativa. E por incrível que pareça, são nas religiões onde se encontram as almas mais atrasadas, por recusarem a utilizar o raciocínio, trocado pela fé cega que confirma e difunde absurdos.

A bondade piegas, sem o raciocínio, é frouxa, momentânea e superficial. Acreditar que bons são os "artistas" e religiosos é desconhecer o real sentido da bondade, se conformando com as pequenas ajudas que na verdade mantém tudo isso que está aí, com problemas e injustiças totalmente intactos, já que são completamente inatingíveis pela forma de bondade paliativa e irracional que estamos acostumados a fazer.

Bondade e ser firme, contestar erros, derrubar falsos líderes e repartir benefícios de maneira igual, para que todos, exatamente todos, possam ter o bem estar digno.

Estamos vivendo numa época de pura mentira. Acreditamos estar evoluindo quando na verdade mantemos tudo como está. Neste Natal, muita gente vai dar presentes e paliativos pensando que está transformando o mundo. Após o fim da festa, tudo continuará na mesma, aguardando o próximo Natal para que todos possam ter novamente a ilusão de que tudo está bem.

Não adianta transformar gente como, por exemplo, Chico Xavier e Luciano Huck, estigmatizados como benfeitores, em "santos". É evidente que estes nada fizeram de realmente concreto para a melhoria da humanidade. O resultado é evidente. A bondade paliativa destes não passa de um simples e frágil castelo de areia a ser destruído pela força de um sistema já excludente, exigente e manipulador que só vive fazendo os estragos que nenhuma campanha caritativa consegue consertar.

Sem raciocínio, coragem e contestação, além da derrubada de toda a estrutura de injustiças de nossa sociedade, não há caridade paliativa que resolva qualquer tipo de problema.

Bondade? Caridade? Altruísmo? Estamos fazendo isso errado.

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