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Não se mede a qualidade de um psicógrafo pela quantidade de suas obras

(Autor: Marc Pereira)

Ontem, meu irmão foi assistir - sem vontade, foi na verdade ajudar a carregar material para doação para o centro e teve que ficar para assistir a uma palestra - uma explanação de um palestrante que estava maravilhado pelo fato de Chico Xavier psicografar tantos livros. Tadinho do palestrante. Enganado e enganador ele com muita certeza não leu direito o Livro dos Médiuns, principalmente o item 247 do Capítulo 23, onde se lê:

247. Os Espíritos sistemáticos são quase sempre escrevinhadores. É por isso que procuram os médiuns que escrevem com facilidade, tratando de fazê-los seus instrumentos dóceis e sobretudo entusiastas, por meio da fascinação. Esses Espíritos são geralmente verbosos, muito prolixos, procurando compensar pela quantidade a falta de qualidade. Gostam de ditar aos seus intérpretes volumosos escritos, indigestos e muitas vezes pouco inteligíveis, que trazem felizmente como contraveneno a impossibilidade material de ser lidos pelas massas. Os Espíritos realmente superiores são sóbrios nas palavras, dizem muita coisa em poucas linhas, de maneira que essa fecundidade prodigiosa deve ser sempre considerada suspeita.

Nunca será demais a prudência, quando se tratar da publicação de semelhantes escritos. As utopias e as excentricidades, que são neles frequentemente abundantes e chocam o bom senso, provocam impressão muito desagradável nas pessoas que se iniciam, dando-lhes uma ideia falsa do Espiritismo, sem contar ainda que servem de armas aos adversários para ridicularizá-lo. Entre essas publicações há as que, sem serem más e sem provirem de uma obsessão, podem ser consideradas como imprudentes, intempestivas e inábeis.

O palestrante não reparou que uma mensagem importante não precisa ser dita por  muitas obras escritas. Verdadeiros sábios são os que conseguem dizer muito com poucas palavras. Mas no caso de Xavier, acontece o oposto. Muitas obras que se limitam a mensagens de paz, amor e caridade, único interesse dos chiquistas, podem ser ditas com pouquíssimas frases. 

Mas não. Livros e mais livros são escritos, tentando enrolar com inúmeras palavras pomposas algo que poderia ser resumido com três palavrinhas: "ajude o próximo". Além dos muitos de Xavier, há muitas obras de outros autores, todos atribuídos a espíritos considerados "superiores", que na verdade não passam de zombeteiros que usam doces palavras como isca para desviar da verdadeira finalidade dos Espiritismo, o avanço moral e principalmente o intelectual.

Os espíritos inferiores, disfarçados de "superiores" conseguiram enganar os seguidores brasileiros da doutrina  usando esta isca muito bem bolada com palavras difíceis e verniz de "tese científica", dificultando qualquer contestação, a não ser de quem tem o hábito de usar o discernimento, ao invés da fé pseudo-raciocinada do "Espiritismo" à brasileira.

O que precisamos saber é que os espíritos embusteiros é que gostam de falar pouco com muitas palavras. Os verdadeiramente superiores, até para não perderem tempo, são diretos em seus assuntos: em frases pequenas dão verdadeiras lições. Os superiores não necessitam de falar muito, até porque sabem que o excesso de palavras pode entendiar os que ouvem.

Já os embusteiros precisam se travestir de "sábios" para atrair atenção e confiança. Precisam conquistar seus ouvintes para depois ludibriá-los com fantasias mentirosas que ajudarão a cumprir o real objetivo de bagunçar com a doutrina e com isso, impedir a evolução espiritual que traria o desprezo a espiritos mistificadores como estes pseudo-sábios.

E falar muito através do lançamento de muitas obras é uma boa tática, pois aquele que não tem discernimento adora quantidades e números. Escrever muito compensa a incapacidade de escrever bem. E desta forma muita gente vai sendo enganada, adiando a sua evolução espiritual e defendendo asneiras que não ficariam boas nem na boca de uma criança de cinco aninhos de idade.

Nunca devemos esquecer: farsantes adoram falar muito sobre poucas coisas. Ignoremos esses mascates espirituais que como os similares encarnados, tentam nos empurrar os seus produtos através de muita conversa e pouca sabedoria.

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