(Autor: Profeta Mentalista)
Os que se dizem espíritas no Brasil acusam Kardec de estar ultrapassado, elegendo as obras de Chico Xavier como uma espécie de "atualização" da doutrina.
Os que se dizem espíritas no Brasil acusam Kardec de estar ultrapassado, elegendo as obras de Chico Xavier como uma espécie de "atualização" da doutrina.
Só que acontece é que as obras de Xavier, são repletas de erros e ilusões, por causa da não preocupação em verificar o que era recebido através da mediunidade, já que os seus espíritos ditantes, do contrário das tradicionais crenças, não eram espíritos de alta confiabilidade.
Aí, imaginei a história de lebre e da tartaruga, tradicional fábula de autoria provável de Esopo. Como o movimento espírita brasileiro anda muito cheio de fábulas, nada melhor do que usar uma para tentar entender o que está acontecendo em nosso país. Mas vou contar de modo diferente da que foi conhecida mundialmente.
Eram dois seguidores do Espiritismo. A Tartaruga que seguia Kardec, não admitindo qualquer discordância daquilo que está na codificação e a Lebre que seguia Chico Xavier, achando que a doutrina deveria avançar, que o mestre lionês estava datado e que legal mesmo é o futurismo "starwarsiano" de Nosso Lar.
Num belo dia, ocorreu um debate espírita numa cidade brasileira qualquer e a população, que tinha muitos seguidores, estava afoita! Majoritariamente torcendo pela Lebre, mais alegre, mais sedutora e com aparência de "muderna", a população se aglomerava no salão aguardando o anunciado debate.
Nisso chega a Tartaruga, segurando alguns livros de Kardec e usando um pequeno óculos, que logo foi vaiada. A maioria no salão confirmava a fama de chata da Tartaruga. Minutos depois, com um certo atraso, chega a Lebre, ovacionada com fervor. No debate, a Tartaruga defenderia Kardec e a Lebre defenderia Chico Xavier e outros médiuns brasileiros.
O debate foi acirrado. O clima era tenso no salão. A Tartaruga se mostrava mais tranquila, expondo argumentos coerentes e derrubando as justificativas esfarrapadas da Lebre, que sem ter argumentos convincentes para desmentir aos pontos da Tartaruga, partiu para o xingamento, visivelmente irritada.
No final, muita gente, pasma pela coerência da Tartaruga, antes considerada ultrapassada e chata, passou para o lado desta, percebendo que o que a Lebre dizia não passava de um desfile de clichês. Claro que vários ainda ficaram do lado da Lebre, por não ter ainda o discernimento desenvolvido, mas muita gente, percebendo a sensatez que esta não conseguia ter, entendeu que na verdade, a Tartaruga é que é a avançada, defendendo o progresso, enquanto a verdadeira ultrapassada era a Lebre, que mesmo com sua auto-confiança excessiva, não conseguiu combater o sensato ponto de vista de sua adversária.
Pois é, amigos. E agora, quem é o ultrapassado. Com certeza não é Kardec, que sempre escreveu visando o futuro, construindo uma obra de valor incalculável que nos guiará pela eternidade. Enquanto os delírios de Xavier, que servem com boa literatura de entretenimento, nada servem como manual de Espiritismo e muito menos de guia de como devemos agir na vida. Irá ser esquecido um dia.
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