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Futebol e o Movimento Espírita Brasileiro - Uma Analogia

(Autor: Pátria sem Chuteiras)

Eu não curto futebol. Nada tenho contra o esporte. Apenas não me divirto com ele. Tenho o direito de achar tedioso. Da mesma forma, não sigo esse "Espiritismo" brasileiro que inventaram por aí, com muito misticismo, rituais e enxertos extra-doutrinários e nada de ciência e pouquíssimo de filosofia. Desde criança não cuto futebol. Já a aversão ao  pseudo-espiritismo é recente, graças a meu amadurecimento como seguidor da doutrina (em maio passado completou 20 anos que me assumi espírita). Porque não observei isso antes?

Porque estou fazendo essa comparação? Porque vejo muita semelhança no modo que os brasileiros enxergam a Doutrina Espírita e o Futebol, ambos superestimados e totalmente desviados de suas funções originais. Kardec e Charles Miller devem estar bem tristes com a deturpação de ambos.

O curioso é que no Movimento Espírita que se faz no Brasil, há muitos fanáticos por futebol. Gente que vê no mesmo, não um esporte, mas um estilo de vida, uma razão de ser, a fuga para uma suposta felicidade que a população não consegue (ou não quer, por preguiça ou incapacidade) obter de outra forma.

Para coroar a comparação, o símbolo maior e mega-astro dessa onda espiritólica brasileira, Chico Xavier, "decidiu" (ou a FEB decidiu? EUTANÁSIAAAA!!!!!) morrer no dia da conquista do - fraudulento - pentacampeonato, onde a "seleção", aprendendo as "lições" da seleção francesa na copa anterior, resolveu fazer todo o tipo de mutreta para vencer com uma equipe formada por medíocres jogadores que só sabiam torrar dinheiro e "comer" mulheres. A CBF teve que pagar adversários para garantir o título que hipnotizou quase toda a nação de tolos.

Comparando o comportamento dos fanáticos nos dois casos

Tanto em no futebol como no espiritolicismo (vamos chamar assim), os defensores agem com teimosia e fanatismo, temperados com bastante agressividade. Em sua maioria, não toleram pontos de vista diferentes e se chateiam quando contrariados, mesmo que as críticas que sofram sejam construtivas.

Até porque estas críticas construtivas pedem para que haja um raciocínio maior, o que exige mais esforço. Esforço que tradicionalmente, nem torcedores/jogadores e fiéis (isso mesmo! Fiéis!) espiritólicos estão acostumados a se utilizar.

A agressividade chega a ser semelhante, com acusações falsas nos dois casos (torcedores acusando os não torcedores de "anti-sociais", de "anti-patriotas" e os espiritólicos acusando os espíritas sérios de "ortodoxos" e até de "obsidiados"). Em ambos os casos fica difícil convencer os fanáticos, que sonham em transformar seus pontos de vista em uma unanimidade absoluta.

Além disso, tanto no futebol como no espiritolicismo, seus seguidores acreditam estar fazendo algo nobre, que trará a prosperidade e a felicidade, consequentemente atingindo supostamente a evolução como ser humano (sem a intelectualidade, of course, my horse) que creem fazer parte das duas atividades.

Em ambos os casos, solidão

Quem não é espiritólico e nem curte futebol paga um preço caro por lançar mão da razão e da lógica. Como futebol e o espiritismo místico (espiritolicismo) são poderosos instrumentos de socialização, quem não adere tem que ficar sozinho ou na companhia de pouquíssimas pessoas. Normalmente os não aderentes não são muito unidos - talvez por pessimismo, creio - e vivem espalhados, o que dificulta o êxito de algum movimento de contestação. 

Além de gerar uma situação problemática onde não se tem a quem recorrer, já que uma imensa multidão, incluída a mídia e autoridades de alto nível, sobretudo governantes, preferem ignorar aqueles que não se enquadram como torcedores de futebol e espíritas místicos.

Toremos para que um dia, haja um respeito maior aos que não curtem futebol e não seguem a deturpação brasileira da doutrina. O raciocínio é nosso maior patrimônio e deve ser utilizado, nunca subestimado por outras sensações que driblam a lógica e o bom senso, prendendo o ser humano na humilhante condição de animal, estacionado na sua mediocridade intelectual.

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