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Mariolatria: um erro de séculos

Algo que mais vemos na Igreja Católica e que contamina o Espiritismo feito uma verminose é o culto à "Virgem" Maria. Uma coisa que se arrasta a séculos tanto na religião de origem romana como no Movimento Espírita. Os evangélicos, apesar de errarem bastante em suas crenças, pelo menos cometem o acerto de não cultuarem a mãe de Jesus.

Mas porque cultuar a "Nossa Senhora"? Não há, nem na Bíblia nem em lugar algum, a menção a um fato que torne a mãe de Jesus digna de admiração idolátrica.

Será o fato de ter sido mãe de Jesus? Sinceramente acho isso uma burrice, quase uma insanidade. Já pensou se todas as pessoas que fizeram algo importante para a humanidade, tiverem as suas mães cultuadas só porque geraram estes filhos? Será que tenho que responsabilizar a minha mãe - que nem lê e nem deve ler este blogue, pois ela é espiritólica e pior, mariólatra - por este blogue estar existindo.

Maria nem apoiava o que Jesus fazia. Se apoiasse, talvez a mariolatria fizesse sentido. Para ela e sua família, Jesus deveria se preocupar com a profissão e com a dedicação à sua família, ao invés de sair por aí divulgando as suas ideias. Há indícios de que Jesus não ligava muito para isso, a ponto de largar a família e continuar com a sua bela militância que ajudou - e ainda ajuda - a educar a humanidade por séculos.

Aliás, pensando melhor, se Maria estivesse certa e tivesse conseguido convencer Jesus, com certeza não teríamos conhecido nem Jesus, muito menos as suas ideias, talvez aguardando um outro mensageiro a nos mostrar o caminho lógico do discernimento. É um exagero dizer que se dependesse de Maria, o chamado "Cristianismo" seria prejudicado, mas a consequência da obediência de Jesus a sua mãe seria indubitavelmente esta, pois ele acabaria não saindo para propagar o que pensava.

O culto a Maria me parece algo insano e sem sentido. Uma atitude imposta pelo Catolicismo, religião que detesta a lógica racional, que mandou queimar cientistas e seus simpatizantes e condenou a Teologia da Libertação, uma tentativa de vários padres de colocar alguma lógica no catolicizo, substituindo-o pela chamada Renovação Carismática, uma tolice que alia práticas evangélicas a um moralismo medieval, com verniz modernizante bastante falso.

Maria e o Espiritolicismo

O culto a Maria infelizmente chegou na versão brasileira da doutrina espírita, com mais traços de catolicismo do que da doutrina codificada por Kardec. É tanto catolicismo no Espiritismo brasileiro que o mesmo se encontra governado por uma falange de espíritos católicos, num ato coerente com a lei de atração, já que os "fiéis" espíritas no Brasil assim querem. Por isso mesmo, se convencionou chamar o Movimento Espirita tupiniquim de "Espiritolicismo".

O que faz Maria para ser cultuada no Espiritismo? Ora, se ela nada fez pelo Cristianismo e nada pelo Catolicismo, imagine pelo Espiritismo? Se cultuar a mãe de Jesus já não faz sentido para os católicos, faz menos ainda para os espíritas.

Convém lembrar que o culto a Maria foi enxertado no Espiritismo por Bezerra de Menezes, que se balançava entre o Catolicismo e a novidade de então, a Doutrina espírita, preferindo o sincretismo entre as duas. Chico Xavier, outro Católico de criação, difundiu esse sincretismo. O imaginário espiritólico ainda tratou de inventar lendas envolvendo o espírito da mãe de Jesus, para justificar e reforçar esse sincretismo.

O Espiritismo, que deveria ser uma doutrina racional, deveria cultuar apenas os que trouxeram algo de relevante para a evolução da sociedade. Sinceramente, gerar um filho, se qual for, não faz de qualquer mãe a "dona da humanidade".

Mariolatria é crendice pura

Se não há nenhum fato relevante associado a Maria que possa classificá-la como alguém digno de admiração, é melhor esquecê-la. Sei que isso parece agressivo aos mariólatras, mas isso é verdade: não há motivo para que admiremos a "Virgem" Maria.

Essa mariolatria é na verdade consequência da falta de noção que as pessoas tem de evolução moral. Quer simplesmente rotular alguém como "bondosa" não significa nada. E nem adianta tentar justificar a bondade de Maria com lendas e milagres. O que interessa aqui são fatos e não o que fanáticos dizem sobre ela.

Para os devotos do "oito ou oitenta" um recado: eu não estou dizendo que Maria não era bondosa. Há indícios que realmente seja. O que digo aqui é que ela nada fez de relevante para ser digno de admiração de uma humanidade inteira. Há muita gente "profana" que fez muito mais caridade que ela e que são cultuadas por quase ninguém.

Existem duas Marias, a real e a criada pelo Catolicismo. A real, que gerou Jesus e continuou com a sua vidinha pacata. E a mitológica, uma sub-deusa criadora de milagres, com poderes surreais e que alucina muitas pessoas desesperadas por alguém que lhe sirva de "herói".

Nenhuma das duas merece ser idolatrada. A Maria real, porque não fez nada que caracterizasse relevância. A Maria católica, simplesmente porque nunca existiu.

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